Não
procureis qualquer nexo naquilo
que
os poetas pronunciam acordados,
pois
eles vivem no âmbito intranquilo
em
que se agitam seres ignorados.
No
meio de desertos habitados
só
eles é que entendem o sigilo
dos
que no mundo vivem sem asilo
parecendo
com eles renegados.
Eles
possuem, porém, milhões de antenas
distribuídas
por todos os seus poros
aonde
aportam do mundo suas penas.
São
os que gritam quando tudo cala,
são
os que vibram de si estranhos coros
para
a fala de Deus que é sua fala.
Jorge
de Lima
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