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“Poucos,
pouquíssimos escritores souberam tão bem captar as iluminações da
meninice quanto Guimarães Rosa. Os seus meninos são tão reais, e
tão meninos, que cada um de nós neles também revê suas saudades.
Não sei, por outro lado, de nenhum outro escritor que tenha sentido
mais fundo a visão afetuosa que liga um guri aos animais. Os bichos
- os passarinhos, a cabra e os cabritos, os cachorros, as formigas,
os cavalos, o coelho, o tatu, o caxinguelê, e os peixes, e os
macacos, e as galinhas com os pintinhos, e os bois, os muitos bois,
sempre - são como intercessores entre as crianças e o mundo. O peru
e o tucano põem a terra e o céu bem juntinho do Menino de 'As
margens da alegria' e de 'Os cimos', nestas Primeiras estórias.
Com a chegada do gato torna-se ainda mais deslumbrante o 'Jardim
fechado', de Ave, palavra.
Alberto
da Costa e Silva, in Estas Primeiras Estórias
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