“Quem conhece a história dos últimos
dois ou três séculos e a nossa poderá ver como no seio do luxo e
da indolência nasceram as mais doces virtudes,
a humanidade, a benevolência e a tolerância para com os erros
humanos. Verás quais foram os erros das que erroneamente chamamos
boa-fé e antiga simplicidade: a humanidade gemendo sob a implacável
superstição, a avareza, a ambição de alguns tingindo de sangue
humano os cofres de ouro e os tronos dos reis, as tradições
secretas e os massacres públicos, os nobres tiranizando a plebe, os
ministros da verdade evangélica sujando de sangue as mãos que todos
os dias tocavam o Deus da mansuetude. Estas não são obras deste
século iluminado a que alguns chamam corrupto.”
Cesare
Beccaria,
in Dos
delitos e das penas
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