“O
amor fino não busca causa nem fruto. Se amo, porque me amam, tem o
amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: e amor fino não
há-de ter porquê nem para quê. Se amo, porque me amam, é
obrigação, faço o que devo: se amo, para que me amem, é
negociação, busco o que desejo. Pois como há-de amar o amor para
ser fino? Amo, quia amo; amo, ut amem: amo, porque amo, e amo
para amar. Quem ama porque o amam é agradecido. quem ama, para que o
amem, é interesseiro: quem ama, não porque o amam, nem para que o
amem, só esse é fino.”
Padre
Antônio Vieira, in Sermões
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