Teus poemas, não os dates
nunca... Um poema
Não pertence ao Tempo...
Em seu país estranho,
Se existe hora, é sempre a
hora extrema
Quando o Anjo Azrael nos
estende ao sedento
Lábio o cálice inextinguível...
Um poema é de sempre,
Poeta:
O que tu fazes hoje é o
mesmo poema
Que fizeste em menino,
É o mesmo que,
Depois que tu fores,
Alguém lerá baixinho e
comovidamente,
A vivê-lo de novo...
A esse alguém,
Que talvez nem tenha ainda
nascido,
Dedica, pois, teus poemas.
Não os date, porém:
As almas
não entendem disso...
Mário Quintana
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