domingo, 28 de agosto de 2011

Carta ao senhor da guerra


Senhor Imperador:
escrevo-lhe estas linhas
em nome das mulheres
— as pobres e as rainhas.

Em nome das manhãs
que nascerão sem paz;
em nome das crianças
que nascerão sem pais.

Senhor Imperador:
se é bom fazer a guerra
por que não vai você
o homem que não erra?

Se a pátria pede sangue
por que não dá o seu?
Por que matar o moço
que ainda não viveu?

Um Deus que não o seu
louvando a vida humana
virá pra nos salvar
da garra dos tiranos

dos amantes da morte,
dos senhores da Dor.
Terá fim o seu crime,
Senhor Imperador! 

Renata Pallottini, poetisa paulista

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