Ato
VII
No
telão do fundo do palco, a imagem muda constantemente. Ora uma rua
movimentada, ora uma feira lotada, ora um parque onde uns praticam
tai chi, outros passeiam com gaiolas de passarinho, outros tocam
erhu… a alternância de imagens indica os lugares por onde ela
passa na fuga.
Com
o bebê no colo, Chen Sobrancelha corre enquanto fala frases
desconexas sobre a criança.
CHEN
S. Meu querido bebê… Finalmente a mamãe te achou… A mamãe não
vai te largar nunca mais…
Leoazinha,
Girino e outros estão atrás dela.
LEOAZINHA
Jinwa… meu filho…
No
palco, às vezes Sobrancelha corre sozinha, enquanto olha para trás,
gritando, de vez em quando, para as pessoas na rua: “Ajudem-me,
ajudem meu filho”.
Às
vezes a fugitiva e os perseguidores aparecem ao mesmo tempo.
Sobrancelha pede socorro aos transeuntes: “Ajudem-nos!”.
Leoazinha grita para as pessoas na frente: “Parem ela! Parem essa
ladra que roubou meu filho! Parem essa maluca…”.
Chen
Sobrancelha cai no chão, levanta-se, cai de novo e levanta-se
novamente.
Desde
que a cortina se abre até o momento em que se fecha, o som rápido e
agudo de um violino da Ópera de Pequim se mistura ao choro da
criança.
Cortina.
Mo Yan, em As rãs
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