na
época do ensino médio eu
estava
saindo de uma
fase
afrescalhada
e
me desenvolvendo em
outra
direção.
dava
para sentir o negócio
acontecendo.
eu
não tinha controle
sobre
ele.
eu
começava a
caminhar
diferente
falar
diferente.
em
algum lugar dentro
de
mim
uma
estranha
confiança
se
erguia.
as
outras pessoas apenas não
pareciam
valer
muita coisa
para
mim.
eu
circulava
com
esse
leve
ar de desprezo
no
rosto…
um
dia na aula de educação
física
o
treinador pôs
os
rapazes
a
fazer
saltos
em
distância.
as
distâncias do
ssaltos
eram
medidas
e
registradas.
o
treinador se voltou
para
mim:
“vamos
lá, Chinaski...”
“caralho,
não estou
a
fim.”
“o
que há de errado?”
“estou
de
ressaca.”
“não
me venha com
essa!
comece
a se mexer e
salte!
Estou
mandando!”
“porra”,
eu disse.
tomei
distância,
comecei
a correr,
cheguei
à linha
e
decolei
quando
ganhei
altura
decidi
ficar
por
ali
apenas
para
não
perder
a
viagem.
Então
aterrissei
e
toquei
a
serragem.
Estenderam
a
fita
métrica.
“não
posso acreditar
nisso!”,
disse o
treinador.
“Chinaski,
você
já saltou
antes?”
“não.”
“você
ficou a poucos
centímetros
do
recorde da
escola!”
“sério?
você se importa
se
eu for pro chuveiro agora?”
“claro,
vá
em
frente.”
me
afastei
devagar,
como
se tivesse
coisas
mais
importantes
em
mente.
dava
para sentira turma inteira
e
o treinador
olhando
para mim.
Então
parei
mexi
nas partes
e
enfiei
a
mão
no
rabo e
cocei.
depois
disso,
desapareci
em direção
ao
chuveiro
sentindo
a
surpresa
e
a confusão
às
minhas
costas.
Charles Bukowski, em Miscelânea septuagenária: contos & poemas
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