Café
on the Left Bank
Compositor:
Paul McCartney
Artista:
Wings
Gravação:
Fair Carol, Ilhas Virgens
Lançamento:
London Town, 1978
Café
on the Left Bank
Ordinary
wine
Touching
all the girls with your eyes
Tiny
crowd of Frenchmen
Round
a TV shop
Watching
Charles de Gaulle make a speech
Dancing
after midnight
Sprawling
to the car
Continental
breakfast in the bar
English-speaking
people
Drinking
German beer
Talking
far too loud for their ears
Café
on the Left Bank
Ordinary
wine
Touching
all the girls with your eyes
Dancing
after midnight
Crawling
to the car
Cocktail
waitress waiting in the bar
English-speaking
people
Drinking
German beer
Talking
way too loud for their ears
Café
on the Left Bank
Vinho
simples (em francês, vin ordinaire) era o único tipo de
vinho que conhecíamos naquela época. Eu não entendia por que as
pessoas curtiam vinho: sempre que eu experimentava tinha gosto ruim.
Quando John e eu pegamos carona até Paris em 1961, fomos a um café
na Margem Esquerda. A garçonete era mais velha que nós – normal,
pois John ia completar 21 anos e eu não tinha nem 20. Ela nos serviu
duas taças de vin ordinaire e notamos os pelos nas axilas
dela. Ficamos chocados: “Caramba, olha só isto, ela tem pelos
embaixo do braço!”. Isso é coisa das francesas, mas nenhuma
garota britânica – tampouco americana, como descobriríamos mais
tarde – usaria pelos nas axilas, nem morta. Você tinha que ser
beatnik de verdade. É uma lembrança tão nítida para mim,
então ela estava em minha cabeça quando comecei a montar essa cena.
Na
verdade, sou um grande fã do que é “simples”. Espero que de
muitas maneiras essa palavra me defina, e também muitas das canções
que escrevi. Não me interprete mal; eu aprecio pessoas e coisas
fantásticas, mas se as pessoas puderem ser excelentes e simples ao
mesmo tempo, isso para mim é especial. Nesse sentido, os meus
familiares de Liverpool (meus pais, todos os tios e tias) eram
excelentes e simples, e acho que o fato de que essa combinação pode
facilmente passar despercebida a torna ainda mais especial. Aos olhos
de muita gente, a minha família de Liverpool passou despercebida,
mas na verdade eles são bem mais inteligentes do que Maggie
Thatcher, digamos. A atitude deles em relação à vida não era tão
rígida quanto a de muita gente que encontrei desde então. Por
exemplo, estavam sempre prontos para uma canção ao redor do piano
do pub. Portanto, a escolha é sua. Ser altamente sofisticado, mas
muito rígido, ou menos sofisticado e estar em paz consigo mesmo.
Tento mesclar um pouco isso e costumo me inspirar bastante nessa
simplicidade.
Eu
me lembro de ver televisores na vitrine de uma loja – eles ainda
eram em preto e branco (é difícil para as gerações mais jovens
imaginarem televisão sem cores), e o pessoal estava assistindo ao
Charles de Gaulle, de quepe e tudo. Hoje em dia é raro ver uma cena
dessas. Na verdade, atualmente não se vê mais isso. Era, e ainda é,
uma imagem muito impactante.
Eu me recordo como se fosse ontem. Gravamos a canção num estúdio móvel instalado num iate ancorado nas Ilhas Virgens Americanas. O estúdio tinha vinte e quatro canais – não se esqueça de que o Sgt. Pepper tinha sido gravado com quatro canais –, então foi o melhor estúdio em que trabalhei depois do Abbey Road. A formação clássica do Wings participou das gravações: Denny Laine e Jimmy McCulloch nas guitarras, Joe English na bateria, Linda nos teclados e vocais, e eu no baixo e vocais. Também atuei na produção da faixa. Isso é um pouco como estar num café na Margem Esquerda e ser freguês e garçom ao mesmo tempo.
Paul McCartney: As Letras
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