sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Laranja Mecânica | Capítulo 6


Um pouco adiante do Duke of New York, indo pro leste, tinha escritórios e depois a estarre bíblio surrada e depois tinha um bolche prédio de apartamentos chamado Edifício Victória, por causa de uma vitória qualquer, e depois a gente chegava às casas estarres da cidade, no lugar que era por isso chamado Oldtown. Aqui é que se encontravam os domes antigos mais horrorshow, meus irmãos, com liúdes estarres morando, tipo coronéis velhos magros e de bastãozinho falando aos latidos e velhas ptitsas viúvas e damas estarres surdas, com gatos, que não tinham jamais sentido o toque de um tcheloveque em toda a sua djísene de pureza. E aqui, é verdade, tinha véssiches estarres que pegariam o seu quinhão de cortador no mercado dos turistas, como quadros e jóias e toda essa quel estarre pré-plástica desse tipo. Então nós chegamos muito devagarzinho a essa casa chamada Solar e tinha globos de luz em hastes de ferro do lado de fora assim guardando a porta da frente de cada lado, e tinha uma luz fraca num dos quartos, no andar de baixo, e a gente foi até um pedaço da rua escura espiar pela janela o que é que estava itando lã dentro. A janela tinha barras de ferro do lado de fora, como se a casa fosse uma prisão, mas a gente videava direitinho o que é que estava itando.
O que estava itando é que aquela ptitsa estarre, de volosse muito grisalho, e um litso muito enrugado, estava botando moloco de uma garrafa em pires e depois botando esses pires no chão, de modo que já se sabia que tinha uni bocado de cotes e cóchecas miando e se enroscando ali por baixo. E a gente podia videar um ou dois gordos que nem umas escotinas pulando pra cima da mesa, as rotes abertas fazendo mé mé mé. E se videava a babúcheca velha respondendo a eles, govoritando tatebitate assim com os bichaninhos. No quarto, dava pra videar uma porção de quadros antigos nas paredes e relógios estarres muito elaborados e também alguns vasos e ornamentos que pareciam estarres e dorogóis. Georgie sussurrou: – Tem coisa aí que dá um dengue horrorshow de alto, irmãos. Will o Inglês está seco atrás disso. – Pete falou: - Entrar como?
Agora era comigo e escorre, antes que Georgie começasse a dizer como. – A primeira véssiche – murmurei – é tentar o caminho normal, pela frente. Eu vou, muito educado, e digo que um dos meus drugues teve assim um desmaio esquisito no meio da rua. O Georgie pode ficar pronto pra aparecer fazendo esse papel quando ela abrir a porta. Depois, pedir água, ou pra telefonar pro doutor. Aí, a gente entra fácil. – Georgie falou:
Pode ser que ela não abra. – Eu disse:
Agente tenta, não é? – Ele deu de ombros, fazendo boca de sapo. Então eu disse a Pete e ao Tapado: - Vocês, drugues, ficam um de cada lado da porta. Certo? – Eles menearam a cabeça na penumbra, certo, certo, certo. –
Então... – disse eu pro Georgie, e saí sem rebouços, direto à porta da frente. Tinha um cordão de campainha e eu puxei e soou brrrr brrrr dentro do vestíbulo. Seguiu-se assim uma sensação de silêncio, como se a ptitsa e seus cóchecas estivessem todos de ouvidos voltados pro brrrr brrrr, intrigados. Aí, eu puxei o esvonoque com um pouco mais de urgência. Depois abaixei até à caixa das cartas e clamei com uma golosse assim refinada:
Auxilio, minha senhora, por favor. Meu amigo acaba de ter um mal-estar no meio da rua. Deixe-me telefonar para um médico, por favor. - Então eu pude videar uma luz sendo acesa no vestíbulo e ouvir as nogas da babúcheca velha com os chinelos fazendo lepe lepe para mais perto da porta da frente e me veio a idéia, não sei por quê, de que ela carregava um gatarrão enorme debaixo de cada braço. Então ela retrucou assim numa golosse surpreendentemente grossa:
Vá-se embora. Vá-se embora ou eu atiro. – Georgie ouviu e ficou com vontade de rir. Eu disse, com sofrimento e pressa na minha golosse de cavalheiro:
Por favor, me ajude, minha senhora. Meu amigo está muito doente!
Vá-se embora respondeu ela.  Eu conheço esses seus macetes pra me fazer abrir a porta e comprar coisas que eu não quero. Olhe o que eu estou dizendo: vá-se embora.  Que era uma inocência muito linda, lá isso era.  Vá-se embora  repetiu ela - ou eu atiço os meus gatos em cima de você.
Ela era um malenquezinho bezúnime, percebia-se, à força de passar a djísene completamente no odinoque. Eu aí olhei pro alto e videei que tinha uma folha de janela basculante acima da porta de entrada e que seria muito mais escorre dar só aquela subida no pletcho de alguém e entrar assim. Senão ia ficar aquela discussão a nótchi inteira. Então eu disse:
Muito bem, minha senhora. Se a senhora não quer me ajudar, eu vou ter que levar o meu amigo doente a outra casa. – E pisquei o olho pros meus drugues, todos afastados e calados, só eu gritando. "É, amigo, na certa você há de encontrar alguma boa samaritana em outro lugar qualquer. Esta senhora talvez não tenha culpa de ser tão desconfiada, com tanto patife e salafrário à solta no meio da noite. Não, não tem não." Então nós tornamos a esperar na escuridão e eu sussurrei: Certo. Voltem pra porta. Eu trepo nos pletchos do Tapado.
Abro aquela basculante e entro, drugues. Aí apago a velha e abro pra todo mundo. Sem problema. – Porque eu estava mostrando que era o chefe, o tcheloveque que tinha as idéias. – Olha – disse eu –, tem um ressalto de pedra em cima daquela porta que é um horrorshow, um degrau pros meus nogas. – Eles videaram tudo aquilo talvez admirando, pensei eu, e acenaram com a cabeça certo, certo, certo, no escuro.
Portanto, de volta à porta, na ponta dos pés. O Tapado era o nosso maltebique parrudo, e Pete e Georgie me levantaram assim até os seus bolche e másculos pletchos. Durante esse tempo todo, oh graças aos programas mundiais da glupe TV e mais ainda aos temores noturnos das líudes por falta de guarda noturna, desertas estavam as ruas. Lá em cima dos pletchos do Tapado, eu vi que o ressalto acima da porta aguentava lindamente as minhas botas. Coloquei o joelho, meus irmãos, e lá estava eu. A janela, como eu esperava, estava fechada, mas eu puxei da minha britva e parti o vidro da janela com jeitinho, usando o cabo de osso.
Enquanto isso, embaixo, meus drugues respiravam forte. Aí eu enfiei meu rúquer pelo buraco do vidro e fiz a metade inferior da folha da janela subir como uma vela de barco, macio e lindo. E estava assim entrando no banheiro, dentro. E lá estavam meus carneiros embaixo, de rote aberta olhando pra cima, ó irmãos.
Eu estava numa escuridão de dar caneladas, cheia de camas e armários e banquetas bolches e pesadas e pilhas de caixas e livros tudo à volta. Mas eu avançava virilmente em direção à porta do quarto onde me achava, vendo uma fresta de luz embaixo. A porta fez iiiiiiiiúc e aí eu estava num corredor empoeirado, cheio de outras portas. Esse desperdício todo, meus irmãos, quer dizer, todos esses quartos e só uma dona estarre e seus bichanos, mas talvez os cotes e cóchecas tivessem assim quartos separados e passassem a creme e cabeça de peixe, que nem rainhas e príncipes. Eu estava ouvindo a golosse abafada da ptitsa velha, embaixo, dizendo: 'É, é, é, isso mesmo", mas ela devia estar govoritando com aqueles malandros miadores fazendo meeeeé pra ganhar mais moloco. Aí eu vi a escada que descia pro vestíbulo e pensei comigo mesmo que eu ia mostrar àqueles meus drugues volúveis e inúteis que eu valia pelos três deles juntos e mais alguém. Eu ia fazer tudo no meu odinoque. Eu ia executar a ultraviolência em cima da ptitsa estarre, e dos seus bichaninhos se fosse preciso, e aí ia apanhar belos ruqucados do que parecesse troço assim polésine de verdade e ia valsar até a porta da frente e abrir, fazendo chover ouro e prata em cima dos meus drugues que esperavam. Eles precisavam aprender tudo sobre liderança.
Então eu itei pra baixo, lento e leve, admirando no vão da escada quadros gréjines de antigamente – devótchecas de cabelo comprido e golas altas, assim o campo com árvores e cavalos, o santo veque barbudo todo nagói pendurado numa cruz. Eu sentia um vone azedo de gato e de peixe e de poeira estarre naquele dome, diferente do dos apartamentos. E aí eu estava no andar de baixo e conseguia videar a luz daquele quarto da frente onde ela tinha estado distribuindo moloco aos cotes e cóchecas. E mais, eu conseguia videar aquelas enormes escotinas peludas entrando e saindo de rabo abanando e se esfregando na beira da porta. No armário assim grande, de madeira, eu podia videar na penumbra uma estatueta malenque, lindai que brilhava à luz do quarto, e crastei pra min, porque era uma devótcheca magra, de pé sobre um noga só, com os rúqueres estendidos, e eu estava vendo que era de prata. Logo, eu estava com ela na mão quando entrei no quarto iluminado dizendo: – Oba oba oba. Finalmente nos eu encontramos. Nosso breve govorite através da caixa das cartas não foi, digamos, satisfatório, não é? Vamos confessar que não, ah, realmente não, sua bruxa estarre fedorenta.  E fiquei assim piscando pra luz do quarto e a velha ptitsa que estava dentro. Estava tudo cheio de cotes e cóchecas engatinhando pra cima e pra baixo no tapete, com pedacinhos de pêlo flutuando na parte rente ao chão, e aquelas escotinas gordas eram de diversas formas e cores, pretos brancos, ruivos, cinzentos, cor de gengibre, de casca de tartaruga, e de todas as idades também, de maneira que tinha gatinhos pequenos brincando uns com os outros, e tinha bichanos já adultos e tinha uns estarres trôpegos muito mal-huniorados. A sua dona, a ptitsa velha, olhou pra mim feroz como um homem e falou:
Como foi que você entrou? Fique longe de mim, seu sapinho malfeitor, ou eu lhe bato!
Com essa, eu dei uni esmeque horrorshow, videando que ela empunhava, com o rúquer cheio de veias, uma sebenta bengala de madeira, que levantou pra mim me ameaçando. Aí, botando os zubes de fora, eu itei um pouco mais perto dela, sem pressa, e no caminho eu vi uma véssichezinha muito linda, a véssiche malenque mais linda que um maltichique amante de música como eu jamais tinha esperado videar com seus glazinhos e que era assim o gúliver e os pletehos de Ludwig van em pessoa, o que chamam de busto, uma véssiche em pedra, com cabelos compridos, olhinhos cegos e a grande gravata enfunada. Eu parti pra ele na hora, dizendo:
Puxa, que lindo, e todinho pra mim!” Mas, itando em direção a ele com os olhos assim grudados nele e com o rúquer cúpido esticado, eu não vi os pires de leite no chão e pisei num deles, perdendo o equilíbrio. “Uui!”, fiz eu, tentando me aprumar mas a ptitsa velha tinha vindo por detrás de mim, muito astuta e muito escorre pra idade dela, e toque toque no meu gúliver com a bengala. Eu me vi de quatro, tentando me levantar e dizendo:
Feia, feia, feia!”, e ela continuava toque toque dizendo:
Seu piolhozinho de favela, invadindo casa de gente de verdade!” Eu não gostei dessa igra de toque toque, então agarrei a ponta da bengala dela, assim que desceu de novo, e aí ela perdeu o equilíbrio e tentou se firmar na mesa, mas quando a toalha da mesa caiu com uma jarra de leite e uma garrafa de leite que primeiro ficou de porre e depois espalhou esploche branco em todas as direções, aí ela caiu no chão grunhindo: “Seu amaldiçoado, você vai sofrer.” Agora, a gataria estava aterrorizada, correndo e pulando em pânico, uns botando a culpa nos outros, dando toltchoques de gato com a lapa e ptaaaaá e grrrrrrr e crrrrrrac. Eu me pus em cima dos nogas e lá estava aquela horrenda forela estarre vingativa com os gravetos tremendo e grunhindo enquanto tentava se levantar do chão, então eu lhe dei um pontapé bem, malenque no litso e disso ela não gostou, gritando "uaaaaá", e videavase o seu litso enodoado e cheio de veias ir ficando violáceo no lugar onde eu acertei o noga.
No que eu recuei do pontapé, devo ter pisado no rabo de um dos bichanos que estavam critchando e dratsando, porque eu eslutchei um gronque iaaaaaauuuuu e verifiquei assim que pele, dentes e garras tinham se amarrado na minha perna, e lá estava eu xingando e tentando sacudir fora, segurando a malenque estatueta de prata num rúquer e tentando subir em cima da ptitsa velha no chão pra alcançar o lindo Ludwig van assim de cenho de pedra franzido. E aí eu caí dentro de outro pires cheio de cremoso moloco até a beira e quase saí voando de novo, a véssiche toda realmente muito engraçada se se pudesse imaginá-la eslutchatando a outro veque qualquer que não o Vosso Humilde Narrador. E aí, a ptitsa estarre, no chão, se esticou por cima de toda a gataria que estava dratsando e uivando e agarrou o meu noga, ainda fazendo “uaaaaaá” pra mim e, estando o meu equilíbrio já comprometido, eu realmente desabei dessa vez, em cima do leite esplochado e da gataria que lanhava, e a forela começou a me socar no litso, estando nós ambos no chão, critchando: Bate nele, dá uma surra nele, arranca as unhas dele, desse besouro venenoso! - dirigindo-se apenas aos seus bichanos, e aí, como que obedecendo à ptitsa estarre, um par de cochecas trepou em cima de mim e começou a me arranhar que nem bezúmines. Aí eu próprio fiquei bezúmine, dei porrada neles, mas a tal babúcheca disse: – Seu sapo, não toque nos meus gatinhos – e assim arranhou o meu litso. Aí eu critchei: – Sua sunca velha imunda! – e levantei a estatueta malenque de prata e rachei-lhe um bom toltchoque no gúliver que fez ela calar a boca muito horrorshow, uma beleza.
Mas agora, enquanto eu me levantava do chão, entre os cotes e as cóchecas, o que eu esluchava em apenas o velho chume de sirene do carro da polícia, à distância, e comecei a compreender que a forela velha dos bichanos tinha falado com os milicentes pelo telefone, enquanto eu estava pensando que ela govoritava com os miadores, que ela já tinha ficado com o desconfiômetro fervendo quando eu puxei o esvonoque fingindo precisar de ajuda. Portanto agora, esluchando o temível chume do furgão dos rodzes, eu disparei pra porta da frente e tive que rabitar um bocado desfazendo todas as fechaduras correntes, trincos e outras vessiches de segurança. Aí, consegui abrir e quem é que estava no umbral senão o Tapado, eu mal tendo tempo de videar os meus outros dois supostos drugues se mandando
Vamos – critchei pro Tapado. Os rodzes vêm aí! – O Tapado falou: – Você fica pra receber eles, hu hu hu hu hu  então eu videi que ele estava com a uze solta e aí ele levantou ela e silvou uishhhhh e me deu uma correntada suave e artística assim nas pálpebras, que eu mal tive tempo de fechar. Aí fiquei uivando às tontas, tentando ver com aquela dor de uivar mesmo, e o Tapado falou: – Eu não gosto que você tenha feito que nem fez, druguinho velho. Não foi legal não, me encestar do jeito que você fez, brete! – E aí esluchei as suas botas boiches e massudas se mandando, ele fazendo hu hu hu hu nas sombras, e só uns sete segundos depois foi que eu esluchei o furgão dos milicentes chegar, com um enorme uivo de sirene, asqueroso, morrendo, que nem um animal bezúmine dando a pitada. Eu também estava uivando e assim à deriva, e batendo com o gúliver nas paredes do vestíbulo, que os meus glazes estavam apertados e o caldo escorrendo deles, uma agonia. Portanto, lá estava eu, tateando no vestíbulo, quando os milicentes entraram. Eu não podia videar eles, é claro, mas podia esluchar e, merda, podia sentir o vone dos putos, e logo logo pude sentir os putos quando eles engrossaram e me deram aquela torcida de braço, me levando pra fora. Eu também esluchei uma golosse de milicente falando do quarto de onde eu tinha saído, comi todos os cotes e cóchecas dentro: – Ela levou uma pancada feia mas está respirando – e o tempo todo se ouviam os miados altos.
Mas isso é realmente um prazer – ouvi outra golosse de milicente dizer enquanto eu era toltchocado com força e escorre pra dentro do carro. – O Alexinho todinho pra nós! – Eu critechei:
Eu estou cego, Bog que dê cabo de vocês, seus gréjines filhos da puta!
Que linguagem, que linguagem... – esmecou uma golosse, e aí eu levei um tolchoque de costas de mão com um anel qualquer bem no meio da rote. Eu disse:
Bog mate vocês, seus brétchenes fedorentos. Onde estão os outros? Onde estão meus drugues traidores fedorentos? Um dos meus malditos bretes gréjines me deu uma correntada nos glazes. Pegues eles antes que eles fujam. Foi tudo idéia deles irmãos. Eles é que me obrigaram a fazer isso. Eu sou inocente, Bog que estraçalhe vocês!
Nessa altura eles estavam todos dando uma boa esmecada assim com toda a grosseria à minha custa e me toltchocando pra traseira do carro, mas eu continuava falando nos meus falsos drugues e videei que não ia adiantar, porque já deviam estar de volta ao aconchego do Duke of New York, empurrando cerveja preta e escoceses duplos nos gorlos das ptitsas estarres e fedorentas, elas sem protestar e dizendo: "Obrigada, rapazes.
Deus abençoe vocês, moços. A gente ficou aqui o tempo todo que vocês ficaram, rapazes. Não saíram da nossa vista, não."
O tempo todo a gente ia sirenando em direção à loja dos rodzes, eu imprensado entre dois milicentes e levando uns tecos e outros e toltchoques malenques dos dois brutamontes que esmecavam. Então eu descobri que podia entreabrir as pálpebras um malenquinho e videar assim entre lágrimas uma espécie de cidade líquida passando, as luzes como se tivesse corrido umas pras outras. Agora eu conseguia videar com os glazes doridos os dois milicentes esmecantes que iam atrás comigo e o motorista de pescoço fino e o filho da puta de pescoço grosso do lado dele, esse último me dirigindo um govorite muito sarca, dizendo: – Então, Alexito, temos pela frente uma noitada agradável juntos, não temos não?
Como é que você sabe o meu nome, seu mastodonte vonento? Que Bog te mande pro inferno, seu gréjine brétchene, seu bosta. – Então todos eles esmecaram com essa e eu tive o meu uco assim torcido por um dos milicentes fedorentos que iam atrás comigo. O de pescoço grosso. que não ia guiando, falou:
Todo mundo conhece Alexinho e seus drugues. O nosso Alex ficou um menininho muito famoso.
Foram aqueles outros – critchei eu. – O Georgie, o Tapado e o Pete. Meus drugues, esses filhos da puta não são.
Bom – disse o de pescoço grosso –, você vai ter a noite toda pela frente pra contar a história toda das ousadas proezas desses jovens cavalheiros e de como eles levaram o pobre inocente do Alex pelo mau caminho. – Aí teve o chume de outra sirene da polícia passando pelo nosso carro, só que indo pro outro lado.
Isso é praqueles filhos da puta? – disse eu. – Eles estão sendo agarrados pelos filhos da puta do lado de vocês?
Aquilo – disse o de pescoço grosso – era uma ambulância. Com certeza pra sua vítima, seu safado nojento, desgraçado.
Foi tudo culpa deles – critchei eu, piscando meus glazes doloridos. – Os putos devem estar pitando no Duke of New York. Peguem eles, porra, seus bestas fedorentos!
E teve mais esmeques e outro toltchoque malenque, ó meus irmãos, na minha rote dolorida. E aí chegamos à loja dos rodzes e eles me ajudaram a sair do carro aos pontapés e empurrões e me toltchocaram escada acima e eu sabia que ia ter tudo menos lealdade, de parte daqueles gréjines brétchenes duma figa, Bog que os fulmine.

Anthony Burgess, in Laranja Mecânica

Nenhum comentário:

Postar um comentário