terça-feira, 3 de outubro de 2023

O que é arte? | Capítulo XVI

Plantadores de batatas (1861), de Jean-François Millet

Como determinar se a arte é boa ou má em seu conteúdo?
A arte, juntamente com a fala, é um meio de comunicação e, portanto, também de progresso — isto é, da caminhada da humanidade rumo à perfeição. A fala permite que as gerações posteriores saibam tudo o que as gerações precedentes sabiam e o que os melhores entre seus contemporâneos sabem por experiência e reflexão. A arte permite que as gerações posteriores experimentem todos os sentimentos vivenciados por outras antes delas e que as pessoas mais avançadas vivenciam agora. E, tal como na evolução do conhecimento — isto é, a suplantação de conhecimento errôneo e desnecessário por conhecimento mais verdadeiro e necessário —, assim também a evolução dos sentimentos se dá por meio da arte, substituindo sentimentos mais baixos, menos generosos e menos necessários para o bem da humanidade por sentimentos mais benignos e mais necessários para esse bem. Esse é o propósito da arte. E, portanto, o seu conteúdo é melhor quanto mais atende a esse propósito, e é pior na medida em que o atende menos.
A avaliação dos sentimentos — ou seja, o seu reconhecimento como mais ou menos bons, no sentido de serem mais ou menos necessários para o bem do povo — é obtida pela consciência religiosa de uma determinada época.
Em toda era histórica específica e em toda sociedade humana existe um entendimento do significado da vida que é o mais alto alcançado pelas pessoas daquela sociedade e que define o mais alto bem pelo qual aquela sociedade luta. Esse entendimento é a consciência religiosa desse tempo e dessa sociedade.
Ela é sempre expressa por certos membros avançados da sociedade e é ou menos ou mais vividamente sentida por todos. Essa consciência religiosa correspondente à sua expressão existe em qualquer sociedade. Se nos parece que não existe consciência religiosa na sociedade, não é porque de fato não exista, mas porque, muitas vezes, nós não queremos vê-la. Isso porque ela expõe a nossa vida, que frequentemente não se ajusta a ela.
A consciência religiosa de uma sociedade é a mesma coisa que o sentido de um rio: se um rio corre, há uma direção na qual ele corre. Se uma sociedade vive, há uma consciência religiosa que indica a direção na qual todas as pessoas dessa sociedade mais ou menos conscientemente se esforçam em seguir.
E, portanto, a consciência religiosa sempre existiu e existirá em qualquer sociedade. E os sentimentos transmitidos pela arte sempre foram avaliados em correspondência com essa consciência. Somente com base na consciência religiosa da época era possível separar a arte que transmitia os sentimentos que traduziam na vida essa consciência de toda a diversidade sem fronteiras das atividades artísticas. Essa arte sempre foi apreciada e incentivada, mas a arte que transmitia sentimentos oriundos da consciência religiosa de uma época anterior — aquela retrógrada e ultrapassada — sempre foi condenada e desprezada. O restante da arte, que transmitia a grande variedade de sentimentos por meio dos quais as pessoas se comunicam entre si, não era condenada, mas era permitida desde que não propagasse sentimentos contrários à consciência religiosa. Assim, entre os gregos, por exemplo, a arte que transmitia os sentimentos de beleza, força e virilidade (Hesíodo, Homero, Fídias) era escolhida, aprovada e incentivada, enquanto a que transmitia sentimentos de sensualidade grosseira, desânimo e efeminação era condenada e desprezada. Os judeus escolhiam e incentivavam a arte que propagava os sentimentos de devoção e obediência ao Deus dos judeus e seus contratos (algumas partes do Livro do Gênesis, dos Profetas, dos Salmos) e condenavam e desprezavam a que evocava sentimentos de idolatria (o bezerro de ouro); enquanto o restante da arte — histórias, canções, danças, decoração de casas, utensílios, roupas — que não era contrária à consciência religiosa não era nem notada nem discutida. Eis como o conteúdo da arte foi avaliado sempre em todo lugar, e é assim que ela deve ser avaliada, pois essa atitude em relação à arte vem das propriedades da natureza humana, as quais permanecem.
Eu sei que, conforme uma opinião largamente difundida na nossa época, a religião é uma superstição que a humanidade já ultrapassou, e que portanto se supõe que não exista, na nossa época, uma consciência religiosa comum a todos que possa servir de referência para avaliar a arte. Sei que essa é a opinião difundida nos círculos supostamente cultos do nosso tempo. As pessoas que não reconhecem o cristianismo em seu verdadeiro sentido e que, portanto, inventam vários tipos de teorias filosóficas e estéticas para si mesmas a fim de esconder a falta de sentido e a depravação de sua vida não podem pensar de outra maneira. Elas, às vezes sem intenção, confundem o conceito de culto religioso com o de consciência religiosa e pensam que, ao rejeitar o culto, estão dessa forma rejeitando a consciência religiosa. Mas todos esses ataques à religião e as tentativas de estabelecer uma visão de mundo oposta à consciência religiosa da nossa época são a prova mais óbvia da presença dessa consciência que expõe a vida daqueles que não vivem de acordo com ela.
Se de fato ocorre um progresso — isto é, um movimento à frente — na humanidade, inevitavelmente deve existir um indicador da direção desse progresso. Esse indicador sempre foi a religião. Toda a história mostra que o progresso da humanidade não pode ser realizado senão com a orientação da religião. E se esse progresso não se pode dar sem isso — e ele está acontecendo sempre, o que significa que está acontecendo também na nossa época —, então deve haver religião na nossa época. E assim, mesmo que as pessoas chamadas cultas não gostem disso, elas devem reconhecer a existência de religião — não a religião de culto, católica romana, protestante etc., mas a consciência religiosa — como guia necessário do progresso na nossa época também. E, se existe uma consciência religiosa entre nós, nossa arte deve ser avaliada com base nela. Exatamente da mesma forma, como sempre e em todo lugar, a arte que transmite sentimentos oriundos da consciência religiosa da nossa época deveria ser separada de toda a arte indiferente, deveria ser reconhecida, altamente apreciada e incentivada, enquanto a que é contrária a essa consciência deveria ser condenada e desprezada, e a arte restante não deveria ser escolhida nem incentivada.
A consciência religiosa da nossa época, em sua aplicação mais geral e prática, é a consciência do fato de que o nosso bem, material e espiritual, individual e geral, temporal e eterno, consiste na vida fraterna, em nossa união de amor uns com os outros. Essa percepção foi expressada por Cristo e por todas as pessoas magnânimas do passado. Mas não só: ela é repetida das mais diversas formas pelos magnânimos de nossa época e já serve como fio condutor para todo o complexo trabalho da humanidade, que consiste, por um lado, em destruir os obstáculos físicos e morais que atrapalham a união entre as pessoas e, por outro lado, em estabelecer os princípios comuns que podem e devem unir a todos em uma fraternidade universal. É com base nessa consciência que devemos avaliar todos os fenômenos de nossa vida, inclusive a nossa arte, separando aquilo que transmite sentimentos oriundos dessa consciência religiosa e valorizando e estimulando essa arte, e ao mesmo tempo rejeitando o que é contrário a essa consciência e não atribuindo ao restante da arte uma importância que não lhe pertence.
O principal engano cometido pelas classes privilegiadas no tempo da assim chamada Renascença — um engano que ainda perpetuamos — consistiu não em cessar de apreciar e atribuir importância à arte religiosa (as pessoas daquela época não podiam lhe dar importância porque, tal como a alta classe de nossos dias, não podiam acreditar naquilo que a maioria via como religião), mas em colocar no lugar dessa arte ausente uma arte sem valor que tinha o prazer como seu único objetivo — isto é, eles começaram a escolher, apreciar e incentivar como religiosa uma arte que de forma alguma merecia tal apreciação e estímulo.
Um dos patriarcas da Igreja disse que o principal problema do povo não é não conhecer Deus, mas ter posto em Seu lugar algo que não é Deus. O mesmo ocorre com a arte. O principal problema das classes superiores da nossa época não é que não possuam arte religiosa, mas que, no lugar de alta arte religiosa, escolhida entre tudo o mais por ser especialmente importante e valiosa, escolheram a arte sem valor e geralmente a mais danosa, cujo objetivo é dar prazer a alguns — e que só por essa exclusividade já é contrária ao princípio cristão de união universal, que constitui a consciência religiosa da nossa época. No lugar da arte religiosa, foi estabelecida uma arte vazia e muitas vezes depravada — e isso esconde das pessoas a necessidade daquela arte religiosa que deveria estar presente na vida para que esta possa se aperfeiçoar.
É verdade que a arte que satisfaz as exigências da consciência religiosa do nosso tempo é totalmente diferente da arte anterior, mas apesar dessa diferença, para um homem que não esconde deliberadamente a verdade de si mesmo, é bem claro e preciso o que constitui a arte religiosa da nossa época. No passado, quando a consciência religiosa mais elevada unia somente uma parte dos grupamentos humanos, cercada de outros, ainda que fosse uma parte bem grande — judeus, atenienses, cidadãos romanos —, os sentimentos transmitidos pela arte vinham de um desejo de poder, grandeza, glória e prosperidade dessas sociedades, e os heróis da arte podiam ser os que contribuíam para essa prosperidade com sua força, perfídia, astúcia, crueldade (Odisseus, Jacó, Davi, Sansão, Hércules e todos os homens poderosos). A consciência religiosa do nosso tempo não escolhe um grupamento de pessoas, mas, ao contrário, exige a união de todas, absolutamente todas, sem exceção, e coloca o amor fraterno acima de todas as outras virtudes, e, portanto, os sentimentos transmitidos pela arte da nossa época não só não podem coincidir com os sentimentos transmitidos pela arte anterior, como também devem ser opostos a eles.
A arte cristã, verdadeiramente cristã, não pôde se estabelecer precisamente porque a consciência religiosa cristã não foi um desses pequenos passos pelos quais a humanidade avança normalmente, mas, sim, uma enorme revolução que, se ainda não mudou, está inevitavelmente destinada a mudar toda a compreensão humana da vida e toda a sua organização interna. É verdade que a vida da humanidade, como a de cada homem, progride regularmente, mas no meio desse movimento regular ocorrem pontos de virada, pode-se dizer, que dividem nitidamente entre a vida de antes e a vida de depois. O cristianismo foi um desses pontos de virada para a humanidade, ou pelo menos assim deveria parecer a nós que vivemos pela consciência cristã. Essa consciência deu uma direção nova e diferente a todos os sentimentos humanos e, portanto, mudou completamente tanto o conteúdo como o significado da arte. Os gregos podiam fazer uso da arte persa, e os romanos, da arte grega, assim como os judeus fizeram uso da arte egípcia — os ideais básicos eram os mesmos. Ora era a grandeza e a prosperidade dos persas, ora a grandeza e prosperidade dos gregos, ora a dos romanos. Uma mesma arte era transferida para diferentes condições e se adequava a uma nova nação. Mas o ideal cristão mudou e revolucionou as coisas de tal maneira que, como dizem os Evangelhos, “o que era grande entre os homens é abominação aos olhos de Deus”. O ideal passou a ser não a grandeza de um faraó ou de um imperador romano, não a beleza de um grego ou a riqueza da Fenícia, mas humildade, castidade, compaixão, amor. O herói não era mais o homem rico, mas o mendigo Lázaro; Maria do Egito, não na época de sua beleza, mas na de seu arrependimento; não os conquistadores de riquezas, mas os que se desfizeram delas; não os que viviam em palácios, mas os que viviam em catacumbas e choupanas; não pessoas que governavam outras, mas as que não reconheciam outro poder além de Deus. E a mais elevada obra de arte não era um templo da vitória com estátuas dos vencedores, mas a imagem de uma alma humana tão transformada pelo amor que um homem torturado e assassinado pôde lamentar e amar seus torturadores.
E, portanto, as pessoas do mundo cristão têm dificuldade em resistir à inércia da arte pagã com a qual cresceram e passaram a vida. O conteúdo da arte religiosa cristã é tão novo para elas, tão diferente do conteúdo da arte anterior, que lhes parece que a arte cristã é uma negação da arte, então se agarram desesperadamente à velha arte. E, no entanto, em nossa época, essa arte velha, já não tendo a sua fonte na consciência religiosa, perdeu todo o seu significado e devemos renunciar a ela, queiramos ou não.
A essência da consciência cristã consiste em que cada homem reconheça sua condição de filho de Deus e sua consequente união a Ele e aos outros homens, como é dito no Evangelho. E, portanto, o conteúdo da arte cristã são os sentimentos que contribuem para a união dos homens com Deus e entre si.
A expressão a união dos homens com Deus e com seus semelhantes pode parecer vaga às pessoas acostumadas a ouvir essas palavras tantas vezes corrompidas. Porém, elas têm um significado muito claro: a união cristã entre os homens, ao contrário da união parcial e exclusiva de alguns, une a todos sem exceção.
A arte, qualquer que seja, tem em si a propriedade de unir as pessoas. Toda arte faz com que aqueles que captam o sentimento transmitido pelo artista se unam em espírito, primeiro com o artista e depois com todos os que receberam a mesma impressão. Mas a arte não cristã, ao unir certas pessoas, com isso as separa de outras, de forma que essa união parcial serve como fonte não apenas de desunião, mas até de hostilidade. Assim é toda a arte patriótica, com seus hinos, poemas e monumentos. Assim é toda a arte da Igreja — isto é, a arte de cultos distintos, com seus ícones, imagens, procissões, cerimônias, igrejas. Assim é a arte militar e, enfim, assim é toda a arte refinada, essencialmente depravada, acessível somente a pessoas que oprimem outras e pertencem às classes ricas e ociosas. Essa arte é retrógrada, não cristã, ao unir algumas pessoas somente para separá-las ainda mais e até mesmo colocá-las em atitude de hostilidade contra outras. A arte cristã é a que une todas as pessoas sem exceção — seja por evocar nelas a percepção de que estão todas na mesma posição com relação a Deus e ao seu próximo, seja por evocar nelas um único e mesmo sentimento, mesmo o mais simples, que não seja contrário ao cristianismo e seja adequado a todos sem exceção.
A boa arte cristã da nossa época pode não ser entendida por todos devido a erros formais ou à falta de atenção, mas ela deve ser tal que todos possam vivenciar os sentimentos que estão sendo transmitidos. Ela deve ser a arte não de um certo círculo, não de uma classe, uma nacionalidade, uma religião — isto é, não deve transmitir sentimentos a que tenha acesso somente uma pessoa criada de uma certa maneira, um aristocrata, um comerciante, ou um russo, um japonês, ou um católico, um budista etc. —, mas sentimentos a que qualquer homem tenha acesso. Somente uma arte assim pode ser considerada boa em nossa época, pode ser escolhida entre as demais e incentivada.
A arte cristã, que é a arte da nossa época, deve ser católica no sentido direto da palavra — ou seja, universal — e deve, portanto, unir todas as pessoas. E só existem dois tipos de sentimento que unem a todos: aqueles que vêm da consciência de que todos são filhos de Deus e existe irmandade entre os homens e os sentimentos do cotidiano, do tipo mais simples, a que todas as pessoas, sem exceção, têm acesso, como os de festejo, ternura, alegria, tranquilidade, e assim por diante. Somente essas duas espécies de sentimento constituem, em nossa época, a matéria da arte que é boa em seu conteúdo.
O efeito produzido por esses dois tipos de arte aparentemente tão diferentes é exatamente o mesmo. Os sentimentos que vêm da consciência de sermos filhos de Deus e irmãos dos homens, ou seja, da consciência religiosa cristã, tais como firmeza na verdade, confiança na vontade de Deus, autonegação, respeito e amor pelo homem; e os sentimentos mais simples — ficar emocionado ou alegre com uma canção, ou uma brincadeira divertida que todos podem entender, ou uma história tocante, ou um desenho, ou uma boneca — produzem um só efeito: a união amorosa entre as pessoas. Pode acontecer em algumas ocasiões que as pessoas reunidas, embora não apresentem hostilidade, estejam alheias umas às outras. De repente uma história, uma apresentação, um quadro, mesmo um prédio ou, com maior frequência, uma música, une a todos com uma fagulha elétrica e, em lugar de seu distanciamento anterior, todos sentem união e amor mútuo. Cada um fica feliz porque o outro sente a mesma coisa que ele, feliz com essa comunhão que foi estabelecida, não somente entre ele e os outros presentes, mas com todas as pessoas vivas que receberão a mesma impressão. Mais ainda: há a misteriosa alegria de uma comunhão além-túmulo, com todos no passado que viveram o mesmo sentimento e os que no futuro o viverão. Esse efeito é causado igualmente tanto pela arte que transmite os sentimentos de amor a Deus e ao próximo como pela arte comum que transmite os sentimentos mais simples e comuns a todas as pessoas.
A diferença entre avaliar a arte de nossa época e a de épocas anteriores consiste, acima de tudo, em que a arte de hoje — isto é, a arte cristã —, por ser baseada em uma consciência religiosa que pede a união das pessoas, exclui da esfera da arte de bom conteúdo tudo o que transmite sentimentos exclusivos, que separam as pessoas ao invés de uni-las, e considera tal arte como de mau conteúdo, enquanto, por sua vez, inclui na categoria de arte de bom conteúdo uma área que até aqui não era considerada digna de ser escolhida e respeitada: a arte universal, que transmite sentimentos mais simples e insignificantes, mas acessíveis a todas as pessoas sem exceção e que, portanto, as unem.
Uma arte assim não pode deixar de ser reconhecida como boa em nossa época, porque atinge exatamente o objetivo que a consciência religiosa cristã coloca diante da humanidade hoje.
A arte cristã evoca nas pessoas os sentimentos que, por meio do amor a Deus e ao próximo, as leva a uma união cada vez maior e as torna prontas e capazes para tal união, ou então evoca sentimentos que mostram que elas já estão unidas na igualdade das alegrias e tristezas da vida. Assim, a arte cristã de nossa época pode ser definida em dois tipos: (1) arte religiosa, que transmite sentimentos oriundos de uma consciência religiosa da posição do homem no mundo, com relação a Deus e a seu próximo; e (2) arte universal, que transmite os sentimentos cotidianos e simples da vida, da forma como são acessíveis a todas as pessoas do mundo. Somente esses dois tipos de arte podem ser considerados bons hoje.
O primeiro, a arte religiosa, que transmite sentimentos positivos (amor a Deus e ao próximo) assim como negativos (indignação, horror face à violação desse amor), manifesta-se principalmente na forma verbal e, parcialmente, na pintura e na escultura; o segundo, a arte universal, que transmite sentimentos acessíveis a todos, manifesta-se em palavras, pintura, escultura, dança, arquitetura e, principalmente, na música.
Se me pedissem que apontasse exemplos de cada um desses tipos na arte moderna, como exemplos da mais elevada arte religiosa oriunda do amor a Deus e ao próximo, eu apontaria, na literatura, Os bandoleiros, de Schiller; e entre as obras mais recentes, Pobre gente, de Dostoiévski, e Os miseráveis, de Victor Hugo; os contos, histórias e romances de Dickens — História de duas cidades, Os carrilhões e outras; A cabana do pai Tomás; Dostoiévski, principalmente com seu Recordações da casa dos mortos; Adam Bede, de George Eliot.
[…]

Leon Tolstói, in O que é arte?

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