No
porão do castelo, o valete encarregado do RH preenche fichas. Ouve
um barulho. É Porthos, o mosqueteiro, que entra levemente
embriagado.
RH
Pode entrar, Porthos.
PORTHOS
Opa! Alguma coisa que eu fiz?
RH
Então, eu acho que nós temos um problema.
PORTHOS
É aquela história que eu tô matando pombo? Eu posso parar de matar
pombo.
RH
Eu nem sabia que você tava matando pombo.
PORTHOS
Eu não tô matando pombo. Eu não tenho porque matar pombo. Eu adoro
pombo.
RH
Que bom. Não é por isso. É essa coisa dos três mosqueteiros.
PORTHOS
Qual é o problema de nós três?
RH
O problema é que, desde que o D’Artagnan chegou, vocês são
quatro.
PORTHOS
Podecrer! Outro dia eu atinei pra isso também. A gente foi pedir
comida, perguntaram quantos eram, aí eu fui contar e percebi:
quatro.
RH
Você não foi o primeiro. Isso já é motivo de piada. Tá
desmoralizando a França como um todo.
PORTHOS
Quer chamar de quatro mosqueteiros? Tudo bem, não me oponho.
RH
Então, não dá mais. Vocês já são famosos no mundo inteiro. Já
são uma marca, sabe? Alguém tem que sair.
PORTHOS
Sim, pra mim o D’Artagnan não tinha nem que ter entrado.
RH
Mas por causa dele que vocês ficaram famosos no mundo inteiro. Foi
ele que bombou vocês na mídia.
PORTHOS
Quer que eu converse com o Aramis? Acho que ele já tá meio numa de
sair, então acho que ele súper vai entender.
RH
O Aramis é o nosso melhor esgrimista, não faz sentido ele sair.
PORTHOS
Athos?
RH
O líder? O mais velho e experiente?
PORTHOS
Eu não ia tocar nesse assunto da velhice, mas agora que você falou…
Ele já não tá mais segurando as missões, tá pegando mal pra ele…
RH
É contigo, mesmo, Porthos.
PORTHOS
Mas eu sou o mais divertido.
RH
Mas são os três mosqueteiros. Não é um grupo de improvisação.
Porthos
vai até a porta, deixa o chapéu e o florete.
PORTHOS
O.k., mas as missões vão ser um tédio.
Gregório Duvivier, in Put some farofa
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