Em
seu terceiro álbum, Alumbramento (EMI-Odeon, 1980), o
alagoano Djavan Caetano Viana (1949), que havia começado cantando em
pianos-bares da Zona Sul do Rio de Janeiro, já era um cantor e
compositor completo e de grande originalidade. A balada “Meu bem
querer”, gravada com belo arranjo de Wagner Tiso, foi o principal
sucesso desse disco, consolidando de vez a marca autoral de Djavan. A
partir daí, a música virou um número fundamental em sua carreira,
também sendo adotada por cantores da noite em qualquer ponto do
Brasil.
Na
época, por sugestão da gravadora, talvez preocupada com algumas
críticas que não entendiam as suas originalíssimas letras sonoras
e suas imagens surpreendentes, Djavan também trabalhou com letristas
consagrados como Aldir Blanc, Paulo Emílio, Cacaso e Chico Buarque.
Mas foi exatamente uma das três canções do disco escritas apenas
por ele a que mais se destacou nas rádios.
O
sucesso de “Meu bem querer” também foi ampliado por sua inclusão
na trilha sonora da novela Coração alado, da Rede Globo,
exibida entre 1980 e 1981. Depois, duas outras novelas voltaram a
usar com sucesso a música de Djavan, A indomada, em 1997, e
até emprestando o título à homônima Meu bem querer, em
1999.
Em
setembro de 2015, ao participar da série Depoimentos para a
posteridade, do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro,
Djavan revelou as suas cinco composições favoritas, incluindo “Meu
bem querer” ao lado de “Flor de Lis”, “Fato consumado”,
“Oceano” e “Lilás”.
Com
sua melodia densa e sinuosa, a canção embala versos românticos
impecáveis e apaixonados, que passam longe de hermetismos e rimas
inusitadas, e também ganhou belas interpretações de Zizi Possi,
Simone, Nana Caymmi e Boca Livre.
Nelson Motta, in 101 canções que tocaram o Brasil
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