Com
umas doze horas de viagem (pneu furado, falta de óleo e princípio
de incêndio), chegamos a Lambari. Chiquinha quis montar a cavalo.
Tentei desesperadamente evitar, mas fui voto vencido.
Na
pracinha dos cavalos, subornei o dono dos bichinhos com uma proposta
nefanda: Botelho montaria no alazão mais mocoronga e todos nós
ficaríamos parados até que eu dissesse a senha:
– Chegamos,
Chico. Foi um belo passeio.
Ele
não ia notar a diferença.
Mas
houve um probleminha que atirou nossos planos (e o ginete) por terra.
Já precariamente enganchado na sela, Chiquinho deu de revirar em
todas as direções a orelha esquerda do cavalo. Nervoso, Jânio
(nome do quadrúpede) empinou e Chiquinho beijou a lona. Sacudindo a
poeira da roupa, forneceu a conhaquível explicação:
– O
retrovisor tava torto.
Aldir Blanc, in Brasil passado a sujo
Nenhum comentário:
Postar um comentário