Não,
não foi por humor negro que pus no que leste acima o título de
Conto Azul. Costumamos pintar sempre de azul tudo o que se passou nos
nossos quinze anos — talvez por um instinto de compensação.
Mas
a infância, ó poetas, não é mesmo azul? Quanto a mim, eu venho há
muito desconfiando de que a infância é uma invenção do adulto.
E
o passado uma invenção do presente. Por isso é tão bonito sempre,
ainda quando foi uma lástima... A memória tem uma bela caixa de
lápis de cor.
Mário Quintana, in Caderno H
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