Quando
te escuto e te olho reverente
E
sinto a tua graça triste e bela
De
ave medrosa, tímida, singela,
Fico
a cismar enternecidamente.
Tua
voz, teu olhar, teu ar dolente
Toda
a delicadeza ideal revela
E
de sonhos e lágrimas estrela
O
meu ser comovido e penitente.
Com
que mágoa te adoro e te contemplo,
Ó
da Piedade soberano exemplo,
Flor
divina e secreta da Beleza.
Os
meus soluços enchem os espaços
Quando
te aperto nos estreitos braços,
solitária
madona da Tristeza!
Cruz e Souza, in Últimos Sonetos
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