Podemos
aprender até mesmo com a classe de coisas que as multidões
classificam como boas. Se tivessem classificado as coisas certas — tais
como a prudência, a temperança, a justiça e a fortaleza —, não
suportariam ouvir nada dissonante no que tange aos bens genuínos.
Caso o homem classifique como bom o que somente aparenta ser, ele
ouvirá os escritos do poeta cômico e de imediato os considerará
aplicáveis.
Inclusive,
a multidão percebe a diferença. Caso contrário, dissonâncias não
ofenderiam e não seriam rejeitadas, e ditados a respeito da riqueza,
do luxo e da fama não seriam percebidos como apropriados e
perspicazes.
Prossiga
e questione se devemos valorizar e classificar como boas as coisas às
quais, após uma concepção inicial, as seguintes palavras do poeta
possam ser aplicadas: “Quem as possui em abundância não tem um
canto para se aliviar.”
Marco Aurélio, in Meditações
Nenhum comentário:
Postar um comentário