No
relógio do Céu, o Sol ponteiro
Sangra
a Cabra no estranho céu chumboso.
A
Pedra lasca o Mundo impiedoso,
A
chama da Espingarda fere o Aceiro.
No
carrascal do sol, azul braseiro,
Refulge
o Girassol rubro e fogoso.
Como
morrer na sombra do meu Pouso?
Como
enfrentar as flechas desse Arqueiro?
Lá
fora, o incêndio: o roxo lampadário
das
Macambiras rubras e auri-pardos
Anjos-diabos
e Tronos-vai queimando.
Sopra
o vento – o Sertão incendiário!
Andam
monstros sombrios pela Estrada
e,
pela Estrada, entre esses Monstros, ando!
Ariano Suassuna
Nenhum comentário:
Postar um comentário