Não
sei que angústia me incomoda o peito
que
não posso estar firme nem parado.
Com
o pensamento sempre desvairado,
falta-me
calma até quando me deito.
A
noite vago as ruas, odeio o leito,
não
durmo, não descanso, não me enfado,
não
fujo, não me mato, e o rosto irado
até
de rir perdeu a forma e o jeito.
Por
isso não te admire, amiga minha,
que
ternura hoje em dia me careça
na
voz, que tantas vezes te acarinha.
Mas
é que sofro de sentir diverso:
e
onde repousarei minha cabeça,
se
a dor humana não couber num verso?
Ângelo Monteiro
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