Era
uma vez
uma
venta fremente e um duro queixo.
Era
uma vez um pisado de levantar pedra e poeira.
O
que chamam de morte devastou com as narinas, o maxilar,
o
dorso dos pés e sua planta.
Sobrou
um gesto reto no espaço, a fremência,
um
modo de passos e voz.
Eu
lembro coisas que acontecerão:
era
uma vez um homem que está rijo e cantante,
sem
o espírito e a lei da gravidade,
alegre
de nenhuma ameaça.
Adélia Prado, in Bagagem
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