Raquel:
Alô?
Breno:
Tudo bem?
Raquel:
Tudo, e você?
Breno:
Também. Parabéns. Tudo de bom.
Raquel:
Obrigada. Obrigada por ligar.
Breno:
Já que você não ligou no meu…
Raquel:
…você sabe. Era muito recente.
Breno:
E você “não quis me aborrecer”.
Raquel:
Já tínhamos conversado sobre isso. Ligou para ficar me culpando?
Breno:
Tem razão. Não liguei para te culpar. Liguei para te desejar um
feliz aniversário. E pra te mandar à merda.
Raquel:
Oi?
Breno:
À merda.
Raquel:
Tá falando sério?
Breno:
Depois de oito meses, estou.
Raquel:
Não entendi. Achei que estava tudo bem.
Breno:
Está tudo ótimo. Tudo perfeito. Do jeito que VOCÊ decidiu. VOCÊ
quis. VOCÊ impôs.
Raquel:
…realmente achei que você estava ok com isso.
Breno:
E estou. Tô na boa. Tô okzaço. Só ficou faltando dizer isso.
Raquel:
Isso?
Breno:
Isso. Que eu fui muito gente fina. Falei que entendia, que tudo bem,
que esperava que pudéssemos manter uma relação decente, que o
tempo cuidaria de mim. Essa baboseira toda. Mas esqueci de te mandar
à merda. Então aproveitei a ligação para mandar.
Raquel:
Pra me mandar à merda?
Breno:
É.
Raquel:
Tá certo. Se sente melhor?
Breno:
Não. Não é para me sentir melhor. É só pra te mandar à merda
mesmo.
Raquel:
Ok.
Breno:
Então aproveite seu dia.
Raquel:
Obrigada.
Breno:
De nada. Falou.
Ruth Manus, in Pega lá uma chave de fenda: e outras divagações sobre o amor
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