quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

O último abraço de Mama

Em 2016, Jan van Hooff fez sua última visita a Mama, uma velha matriarca chimpanzé, em seu leito de morte, no Zoológico Burgers. Mama abriu um enorme sorriso enquanto abraçava o professor, que ela conhecia havia quarenta anos. Ela morreu poucas semanas depois.

O adeus de uma matriarca chimpanzé

Um mês antes de Mama completar 59 anos, e dois meses antes do octogésimo aniversário de Jan van Hooff, esses dois hominídeos idosos tiveram um reencontro comovente. Mama, emaciada e quase morta, estava entre os chimpanzés mais antigos dos zoológicos do mundo. Jan, com seus cabelos brancos destacando-se contra um capote de chuva vermelho-claro, é o professor de biologia que orientou minha dissertação há muito tempo. Os dois se conheciam havia mais de quarenta anos.
Enrodilhada em posição fetal em seu ninho de palha, Mama nem sequer olha para cima quando Jan, que entrara corajosamente na jaula noturna, se aproxima com alguns grunhidos amigáveis. Quem trabalha com símios costuma imitar os sons e gestos típicos deles: grunhidos suaves são tranquilizadores. Quando Mama finalmente acorda de sua letargia, leva um segundo para perceber o que está acontecendo. Mas então ela expressa imensa alegria ao ver Jan de perto, em carne e osso. Seu rosto se transforma num sorriso de êxtase, muito mais expansivo do que o típico de nossa espécie. Os lábios dos chimpanzés são incrivelmente flexíveis e podem virar do avesso, de modo que vemos não apenas os dentes e as gengivas de Mama, mas também o lado interno dos lábios. Metade do rosto de Mama é um enorme sorriso enquanto ela uiva, emitindo um som suave e agudo reservado para momentos de emoção intensa. Nesse caso, a emoção é claramente positiva, porque ela estende as mãos para a cabeça de Jan enquanto ele se inclina. Ela acaricia gentilmente seu cabelo, depois coloca um de seus longos braços em torno do pescoço dele para puxá-lo para mais perto. Durante esse abraço, seus dedos batem ritmicamente na parte de trás da cabeça e do pescoço dele, num gesto reconfortante que os chimpanzés também usam para acalmar um bebê que choraminga.
Isso era típico de Mama: ela deve ter percebido a apreensão de Jan ao invadir seu domínio e estava dizendo para ele não se preocupar. Estava feliz em vê-lo.

Reconhecendo a nós mesmos

O encontro foi absolutamente excepcional. Embora, no decorrer de suas vidas, Jan e Mama tivessem tido incontáveis sessões de catação através das grades, nenhum ser humano em sã consciência entraria numa jaula com um chimpanzé adulto. Os chimpanzés não parecem grandes para nós, mas sua força muscular excede em muito a nossa, e abundam relatos de ataques horríveis. Até o maior lutador profissional humano ficaria aquém da força de um chimpanzé adulto. Quando lhe perguntei se teria feito o mesmo com qualquer outro chimpanzé no zoológico, alguns dos quais ele conhecia há quase tanto tempo quanto, Jan disse que era muito apegado à vida para pensar nisso. Os chimpanzés são tão volúveis que os únicos seres humanos que estão seguros em sua presença são aqueles que os criaram, algo que não se aplicava a Jan e Mama. Mas, com ela tão fraca, a equação mudava. Além disso, ela havia manifestado sentimentos positivos em relação a Jan tantas vezes no passado que ambos passaram a confiar um no outro. Isso dera coragem a Jan para seu primeiro e último encontro direto com a velha rainha da colônia no Zoológico Burgers, em Arnhem, Holanda.
Ao longo dos anos, desfrutei de um relacionamento semelhante com Mama. Eu lhe dei esse nome justamente por causa de sua posição matriarcal. Mas, como agora vivo do outro lado do Atlântico, não pude participar da despedida. Alguns meses antes, eu estivera com Mama pela última vez. Ao ver meu rosto a uma grande distância entre o público, ela se apressou para me saudar, apesar do andar doloroso provocado pela artrite. Mama se aproximou do fosso de água que nos separava soltando guinchos e grunhidos, enquanto esticava a mão, convidativa. Os chimpanzés vivem numa ilha arborizada — o maior ambiente desse tipo em qualquer zoológico — onde eu os observara por cerca de 10 mil horas quando era um jovem pesquisador. Mama sabia que, no final do dia, quando os símios estivessem recolhidos, eu iria até sua jaula noturna para uma conversa de perto.
Equipes de filmagem exploraram muitas vezes a previsibilidade de nossas saudações. Antes da minha chegada, elas ficavam de prontidão com as câmeras ligadas. Toda a colônia não suspeitava do que estava por vir, e alguém apontava para
Mama a fim de ter certeza de que as câmeras manteriam o foco sobre ela. Invariavelmente ela estava sentada, à vontade, catando-se ou dormindo, e de repente me notava ou ouvia minha voz quando eu a chamava, saltava e corria para a frente com grunhidos altos e ofegantes. A equipe filmava tudo, junto com minhas reações e as de outros chimpanzés, alguns dos quais também se lembravam de mim. E as pessoas sempre ficavam impressionadas com a memória e o entusiasmo de Mama.
Devo dizer que tenho sentimentos contraditórios a respeito desses procedimentos de filmagem. Antes de mais nada, eles desmerecem um reencontro genuíno entre velhos amigos. Em segundo lugar, não consigo ver o que é tão impressionante nisso. Quem conhece os chimpanzés percebe que eles têm um excelente reconhecimento facial e memória duradoura; então, o que há de tão especial em saber que Mama está contente em me ver? É porque não esperamos isso de um animal exótico? Ou será porque indica um vínculo entre membros de diferentes espécies de primatas? Seria como se eu visitasse meus vizinhos depois de um ano no exterior e toda uma equipe de câmeras me seguisse para ver o que aconteceria. Depois que eu tocasse a campainha, a porta se abriria aos gritos de “Olhem quem chegou!”.
Quem ficaria espantado?
O fato de ficarmos impressionados porque Mama se lembra de mim é um sinal do pouco crédito que a humanidade dá às capacidades emocional e mental dos animais. Os estudiosos da inteligência animal em espécies de cérebros grandes estão acostumados a ouvir um monte de comentários céticos de outros cientistas, especialmente daqueles que trabalham com animais de cérebros menores, como ratos e pombos. Esses pesquisadores costumam ver os animais como máquinas de estímulo-resposta impulsionadas pelo instinto e pelo aprendizado simples, e não suportam toda essa conversa sobre pensamentos, sentimentos e memórias prolongadas. O fato de suas concepções estarem desatualizadas é o tema do meu último livro: Are We Smart Enough to Know How Smart Animals Are? [Somos inteligentes o bastante para saber como os animais são inteligentes?].
O encontro de Jan com Mama foi gravado num telefone celular. Quando foi exibido na televisão nacional holandesa, com locução na voz trêmula do próprio Jan (pelas emoções do momento), os espectadores de um programa popular de entrevistas ficaram extremamente comovidos. Eles postaram longos comentários no site da rede ou escreveram diretamente para Jan, declarando que haviam irrompido em lágrimas diante dos aparelhos de tv. Ficaram arrasados, em parte pelo triste contexto — porque a morte de Mama já fora anunciada —, mas também pela maneira muito humana com que ela abraçara Jan enquanto tamborilava os dedos em seu pescoço. Essa última cena foi um choque para muitas pessoas, que reconheceram seu próprio comportamento. Pela primeira vez, elas perceberam que um gesto que parece essencialmente humano é, na verdade, um padrão geral dos primatas. Muitas vezes, é nas pequenas coisas que vemos melhor as conexões evolutivas. A propósito, essas conexões se aplicam a 90% das expressões humanas, desde a maneira como alguns pelos do nosso corpo ficam eriçados quando nos assustamos (arrepios) até o modo como homens e chimpanzés machos dão tapas nas costas uns dos outros de forma enérgica. Podemos ver esse contato vigoroso todas as primaveras, quando os chimpanzés emergem de seus abrigos depois de um longo inverno. Finalmente aproveitando a relva e o sol, eles ficam em pequenos grupos, gritam, se abraçam e batem nas costas uns dos outros.
Em outras ocasiões, reagimos às nossas óbvias ligações evolutivas com os símios com escárnio (os visitantes do zoológico costumam imitar a maneira como eles acreditam que os macacos se coçam) ou chacota. Adoramos rir de nossos companheiros primatas. Durante minhas palestras, com frequência mostro vídeos de macacos e grandes primatas em ação, e meu público morre de rir de quase tudo, até do comportamento perfeitamente normal. A risada é um sinal de reconhecimento, mas também de inquietação com a proximidade desconfortável. Um dos meus vídeos curtos mais populares, visualizado milhões de vezes na internet, mostra uma fêmea de macaco-prego chateada porque a comida que recebe para realizar certa tarefa é menos atraente que a comida de seu companheiro. Ela sacode a câmara de teste e bate no chão, de tal modo agitada que não temos problemas em reconhecer sua frustração com a injustiça percebida.
Pior que a hilaridade é o nojo com que se costumava reagir ante outros primatas. Felizmente isso se tornou raro, embora as pessoas ainda chamem os primatas de “feios” e fiquem chocadas quando digo que um macho é “bonito” ou uma fêmea é “bonita”. Antigamente, os ocidentais nunca viam símios vivos, apenas seus ossos e peles, ou então gravuras deles, nossos parentes mais próximos. Quando os primeiros grandes símios foram exibidos, ninguém podia acreditar no que via. Em 1835, um chimpanzé macho chegou ao Zoológico de Londres e foi apresentado vestindo um traje de marinheiro. Veio em seguida uma fêmea de orangotango, que enfiaram num vestido. A rainha Vitória foi à exposição e ficou horrorizada. Ela não suportou a visão dos símios, dizendo que eles eram dolorosa e desagradavelmente humanos. O nojo diante dos símios era de fato generalizado, mas como isso podia acontecer, a menos que eles estivessem nos dizendo algo sobre nós mesmos que não queríamos ouvir? Quando visitou os grandes primatas no Zoológico de Londres, o jovem Charles Darwin compartilhou da conclusão da rainha, mas não de sua repulsa. Ele achou que quem estivesse convencido da superioridade humana deveria dar uma olhada naquilo.
Provavelmente todas essas variadas reações foram desencadeadas quando Jan explicou na televisão que Mama era muito especial e por que a visitara no leito de morte. Ele mesmo, no entanto, não via nada de chocante, engraçado ou surpreendente no encontro. Simplesmente sentira necessidade de se despedir dela. Também não era um caso assimétrico, como quando as pessoas encontram um urso, elefante ou baleia, se aproximam e dizem que se sentem como o animal. Os seres humanos em tais situações experimentam uma conexão irresistível e ficam profundamente comovidos, mas é duvidoso que esses sentimentos sejam mútuos. Os encontros são quase como um “pacto de suicídio”, porque põem os seres humanos em risco, e poucas vezes se pode culpar os animais por algum resultado fatal.
Um jornalista estava tão encantado com um chimpanzé macho num santuário que, quando encarou o macaco, questionou sua própria identidade: sentiu-se olhando diretamente para seu passado evolutivo perdido. Em seu desejo de mostrar respeito, no entanto, acabou sendo condescendente. Os símios subsistentes não são apenas máquinas do tempo para nos mostrar nossas próprias origens evolutivas! Embora seja verdade que descendemos de um ancestral simiesco, a espécie antiga que nos deu origem não existe mais. Ela habitou a Terra há cerca de 6 milhões de anos, seus descendentes passaram por inúmeras mudanças e morreram um a um antes de dar origem aos sobreviventes de hoje: o chimpanzé, o bonobo e nossa própria espécie.
Como esses três hominídeos têm histórias igualmente longas, eles são igualmente “evoluídos”. Então, olhar para um símio revela uma história compartilhada não apenas por nós, mas também pelo símio que nos olha. Se os símios são máquinas do tempo para nós, então somos a mesma coisa para eles.
Com Jan e Mama, no entanto, nenhuma dessas considerações entrou em jogo. O fato de pertencerem a diferentes espécies era secundário. No caso deles, tratava-se de um encontro entre dois membros de espécies relacionadas que se conheciam há muito tempo e se respeitavam como indivíduos. Podemos nos sentir mentalmente superiores quando acariciamos um coelho ou passeamos com um cachorro, mas quando se trata de símios, acho que é impossível manter essa atitude. A vida socioemocional deles se parece a tal ponto com a nossa que não está claro onde traçar a linha divisória.
Donald Hebb, o neurocientista canadense conhecido como o pai da neuropsicologia, observou esse limite impreciso quando estudou os chimpanzés no Centro Nacional Yerkes de Pesquisas sobre Primatas (agora nos arredores de Atlanta, mas na década de 1940 localizava-se na Flórida). Ele concluiu que o comportamento dos chimpanzés não cabia nas pequenas caixas de definição em que colocamos outros comportamentos animais, como alimentação, higiene, acasalamento, luta, vocalização, gestos e assim por diante. Gostamos de anotar cada pequena coisa que os símios fazem, mas o que está por trás de seu comportamento é difícil de identificar. De acordo com Hebb, seria muito melhor se classificássemos o comportamento dos símios no nível emocional, o qual compreendemos intuitivamente: “A classificação objetiva deixou escapar algo que as categorias mal definidas de emoção e similares evitaram — alguma ordem ou relação entre atos isolados que é essencial para a compreensão do comportamento”.
Hebb aludia à concepção predominante na biologia de que as emoções orquestram o comportamento. Tomadas em si mesmas, as emoções são bastante inúteis: simplesmente ter medo não faz nenhum bem ao organismo. Mas, se um estado de medo força o organismo a fugir, se esconder ou contra-atacar, ele pode salvar sua vida. Em suma, as emoções evoluíram graças à sua capacidade de induzir reações adaptativas ao perigo, à competição, a oportunidades de acasalamento e assim por diante. As emoções propiciam a ação. Nossa espécie compartilha muitas emoções com os outros primatas porque contamos com aproximadamente o mesmo repertório comportamental. Essa semelhança, expressa por corpos com desenho similar, nos dá uma profunda conexão não verbal com outros primatas. Nossos corpos mapeiam tão perfeitamente os deles, e vice-versa, que o entendimento mútuo vem logo em seguida. É por isso que Jan e Mama se reconheceram como iguais, e não como homem e animal.
Pode-se contrapor que “iguais” não é o termo certo para um ser humano livre comparado a um símio cativo. Esse é um comentário justo. Mas Mama, nascida em 1957 no Zoológico de Leipzig, na Alemanha, não tinha ideia do que seria a vida na natureza. Em se tratando de zoológicos, ela teve a imensa sorte de se juntar à primeira grande colônia de chimpanzés do mundo. Nas décadas decorridas desde que os primeiros espécimes vivos perturbaram a rainha britânica, os zoológicos enjaularam a espécie, sozinhos ou em pequenos grupos. Os chimpanzés eram considerados violentos demais para viver em grupos com mais de um macho adulto, embora as comunidades naturais contem com muitos machos adultos, às vezes mais de uma dúzia. Quando estudante, Jan passara um tempo numa instalação norte-americana no Novo México onde a Nasa preparava chimpanzés jovens para serem enviados ao espaço. Lá ele viu em primeira mão as possibilidades e os problemas de abrigar muitos símios juntos. Os problemas surgiam da maneira como eles eram alimentados: os cuidadores despejavam todas as frutas e legumes numa única pilha, o que levava a grandes brigas que destruíam o tecido social. Por volta da mesma época, Jane Goodall aprendeu lição semelhante em seu acampamento na Tanzânia, o que a levou a abandonar o fornecimento de bananas a símios selvagens.
Inspirado pela experiência americana, Jan e seu irmão, Antoon, que era diretor do Zoológico Burgers, decidiram colocar todos os chimpanzés num mesmo espaço, mas alimentá-los separadamente ou em pequenas unidades familiares. O resultado foi o estabelecimento, no início dos anos 1970, de uma ilha ao ar livre de oitocentos metros quadrados com cerca de 25 chimpanzés, conhecida como colônia de Arnhem. Apesar das terríveis advertências dos especialistas de que aquilo nunca funcionaria, a colônia prosperou e com o tempo produziu filhotes mais saudáveis do que qualquer outra. Os símios nas florestas da África e da Ásia estão atualmente em declínio acentuado, tornando as populações dos zoológicos ainda mais valiosas. A colônia de Arnhem foi (e ainda é) um enorme sucesso e se tornou um modelo para zoológicos no resto do mundo.
Assim, embora estivesse em cativeiro, Mama desfrutou de uma longa vida em seu próprio universo social, rico em nascimentos, mortes, sexo, dramas de poder, amizades, laços familiares e todos os outros aspectos da sociedade primata. Ela talvez tenha percebido que a visita especial de Jan estava relacionada ao seu estado de saúde, mas não está claro se tinha alguma ideia de seu próprio fim iminente. Os símios sabem algo sobre mortalidade? A julgar por Reo, um chimpanzé do Instituto de Pesquisas sobre Primatas da Universidade de Kyoto, no Japão, deve-se suspeitar que os chimpanzés não têm essa consciência. No auge de sua vida, Reo ficou paralisado do pescoço para baixo em consequência de uma inflamação na coluna. Ele era capaz de comer e beber, mas não conseguia mexer o corpo. Perdeu peso continuamente enquanto veterinários e estudantes cuidavam dele o tempo todo durante seis meses. Reo se recuperou, porém a parte mais interessante é como reagiu ao fato de estar acamado. Sua atitude perante a vida não mudou nem um pouco. Mesmo quando sua condição parecia grave para todos ao seu redor, ele provocava jovens estudantes cuspindo água neles, como fazia antes da doença. Estava magro como um palito, mas parecia despreocupado e nunca ficava deprimido.
Às vezes, supomos que outros animais têm um senso de mortalidade, como uma vaca a caminho do matadouro ou um animal de estimação que desaparece dias antes de sua morte. Contudo, grande parte disso é projeção humana, baseada no que nós percebemos que está por chegar. Mas os animais percebem isso também? Quem diz que uma gata escondida no porão durante seus últimos dias sabe que seu fim está próximo? Debilitada ou com dor, ela pode simplesmente querer ficar sozinha. Da mesma forma, enquanto era óbvio para nós que Mama estava fisicamente às portas da morte, nunca saberemos se mentalmente ela também vivia o declínio.
Mama estava isolada em sua jaula nessa época porque os chimpanzés machos, especialmente os adolescentes, muitas vezes agem como idiotas ao espancar alvos fáceis. O zoológico queria proteger Mama naquela situação. A sociedade dos chimpanzés não é para os mansos e fracos, e precisamente por isso a posição que Mama ocupou durante toda a sua vida foi tão impressionante.

Frans de Waal, in O último abraço da matriarca

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