Como distinguir entre “história” e “estória”, eu que sempre acredito em tudo? Eu, o leitor modelo. Caso contrário, não seria uma ofensa ao poder criador dos autores? Esse monstrinho foi a última novidade que importamos de Bizâncio, a qual, aliás, acaba de ser bombardeada com a abolição dos acentos discriminatórios, conforme a imprensa amplamente noticiou. Bendito bombardeio que um gramático vigente, no entanto, classificou de “reforminha” e um ex-deputado de “leizinha”... como se nada significasse a morte fulminante dos escavadores de cemitério, dos que desenterraram o verbo “aquelar” enquanto voejava em torno, como um espírito santo lá deles, o fantasma alado do passarinho “toda”.
Mário Quintana, in Caderno H
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