Também conhecida como causa falsa,
esta falácia define como causa de um evento, sem provas, uma
ocorrência anterior ou simultânea àquele evento. A correlação
entre os dois eventos pode ser pura coincidência ou resultado de
algum outro fator. Mas sem evidências não é possível concluir que
um evento causou o outro. “O terremoto aconteceu porque nós
desobedecemos ao rei” não é um argumento válido.
Esta falácia tem dois tipos específicos:
“depois disso, logo, por causa disso” (post hoc ergo propter
hoc) e “com isso, logo, por causa disso” (cum hoc ergo
propter hoc). No primeiro tipo, o evento anterior é considerado
causa do que vem depois. No cum hoc, como os eventos ocorrem
ao mesmo tempo, um deles é escolhido como causa do outro. Em várias
disciplinas, especialmente pesquisas científicas, esse erro é
conhecido como confundir correlação com causalidade.
O comediante Stewart Lee nos dá um
exemplo: “Eu não posso dizer que, como em 1976 eu fiz o desenho de
um robô e logo depois Guerra nas Estrelas foi lançado, então
eles copiaram a ideia de mim.” Li outro exemplo recentemente num
fórum on-line: “Um hacker derrubou o site da companhia
ferroviária, daí quando fui checar o horário dos trens, foi
batata, estavam todos atrasados!” O autor do post não levou
em consideração que trens podem se atrasar por vários motivos,
portanto sem provas concretas ou controle científico, a conclusão
de que o hacker foi a causa dos atrasos é infundada.
Ali Almossawi, in O livro ilustrado dos maus argumentos
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