A falácia do equívoco (também chamada
de equivocação) explora a ambiguidade da linguagem, alterando o
sentido de uma mesma palavra durante o argumento e usando esses
significados diferentes para sustentar uma conclusão infundada.
(Quando se emprega o mesmo sentido para uma palavra em todo o
argumento, ela está sendo usada de modo unívoco ou
inequívoco.) Considere o seguinte argumento: “Como você
pode dizer que não tem fé, quando age com fé o tempo todo? Fecha
negócios, confia em amigos e até fica noivo?” Aqui, o significado
da palavra “fé” parte da crença espiritual num criador e depois
muda para uma questão de confiança em outras pessoas.
Essa falácia é muito utilizada em
discussões sobre ciência e religião, onde o termo “por que”
pode ser adotado em sentidos diferentes. Num contexto, é a busca de
causas – motivadora da ciência – e no outro, é a busca
de um propósito, de um sentido maior – mais relacionada à
moralidade e a questões pessoais em que a ciência pode não ter
respostas. Veja este exemplo: “A ciência não pode nos dizer por
que as coisas são como são. Por que existimos? Por que temos moral?
Portanto, nós precisamos de outra fonte, como a religião, para nos
dizer por que as coisas acontecem.”
Ali Almossawi, in O livro ilustrado dos maus argumentos
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