As persianas, entrefechadas, deixam passar uma réstia de sol, onde zumbe uma mosca. Silêncio. Somente, na última prateleira, há um velho boião que diz: “Viva Dom Pedro Segundo!” — única nota exclamativa neste silêncio tecido (e não interrompido) pelo zum-zum da mosca em seu vaivém. Tudo é definitivo, tudo é tão agora que até o relógio, o velho bruxo, está parado.
Mário Quintana, in Caderno H
Nenhum comentário:
Postar um comentário