Arte: Martha Barros
Assim
é que elas foram feitas (todas as coisas) —
sem nome.
Depois
é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos
errados de cor caíam no mar.
A
voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos
apertavam mangues.
Vendo
que havia na terra
Dependimentos
demais
E
tarefas muitas —
Os
homens começaram a roer unhas.
Ficou
certo pois não
Que
as moscas iriam iluminar
O
silêncio das coisas anônimas.
Porém,
vendo o Homem
Que
as moscas não davam conta de iluminar o
Silêncio
das coisas anônimas —
Passaram
essa tarefa para os poetas.
Manoel
de Barros
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