No
sonho, Ludo era uma menina. Estava sentada numa praia de areia
branca. Sabalu, estendido de costas, com a cabeça pousada no seu
regaço, olhava o mar. Falavam do passado e do futuro. Trocavam
recordações. Riam da estranha forma como se haviam conhecido. O
riso dos dois sacudia o ar, como um fulgor de aves na manhã
dormente. Então, Sabalu ergueu-se:
Nasceu
o dia, Ludo. Vamos.
E
avançaram ambos em direção à luz, rindo e conversando, como quem
entra num barco.
José
Eduardo Agualusa, in Teoria geral do
esquecimento
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