Teologia
é uma música que faço com palavras, um móbile de contas de vidro,
uma tapeçaria de luz. Faço por razões estéticas. E é por isso
que nem necessito crer.
Teologia
deveria ser sonata tocada com palavras. Todo teólogo deve ser bom
músico.
Do
cristianismo, o que sobrou em mim foi a música. Basta ouvir Bach ou
Haendel para que eu fique possuído, a despeito da estática
produzida pelos dogmas e doutrinas das igrejas, que só ofendem a
minha razão. Minha fé é estética. É um amor à beleza. A beleza
é divina. Ao ouvir música de outras tradições, percebo que Deus
tem muitas belezas diferentes…
Rubem
Alves, in Do universo à jabuticaba
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