“Para
que a arte possa ser arte, não se lhe exige uma sinceridade
absoluta, mas algum tipo de sinceridade. Um homem pode escrever um
bom soneto de amor sob duas condições - porque está consumido pelo
amor, ou porque está consumido pela arte. Tem de ser sincero no amor
ou na arte; não pode ser ilustre em nenhum deles, ou seja no que
for, de outro modo. Pode arder por dentro, sem pensar no soneto que
está a escrever; pode arder por fora, sem pensar no amor que está a
imaginar. Mas tem de estar a arder algures. De contrário, não
conseguirá transcender a sua inferioridade humana.”
Fernando
Pessoa, in
Heróstato
Nenhum comentário:
Postar um comentário