Quando os cruzados ajudam a tomar Lisboa,
Raimundo Silva [personagem de História do cerco de Lisboa]
decide dizer “não”. Acho que é sempre necessário introduzir
esse “não”, pois o “sim” é a rotina, o “sim” é o
costume, o “sim” é o “sim”. É verdade que, a determinada
altura, o “não” se transformará em “sim”, mas quando isso
acontecer será preciso colocar um novo “não”, para que nada
fique como se fosse durar eternamente, pois nada pode durar
eternamente. Nem pessoas, nem animais, nem conceitos. Tudo muda.
José Saramago, in As palavras
de Saramago
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