quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Não!

A palavra de que eu gosto mais é “não”. Chega sempre um momento na nossa vida em que é necessário dizer “não”. O “não” é a única coisa efetivamente transformadora, que nega o status quo. Aquilo que é tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade. É o momento em que é necessário dizer “não”. A fatalidade do não — ou a nossa própria fatalidade — é que não há nenhum “não” que não se converta em “sim”. Ele é absorvido e temos que viver mais um tempo com o sim.
José Saramago, in As palavras de Saramago

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