Guinga me contou a
última de hoje:
Zé Bode, não por
coincidência morador da... Penha!, resolveu dar aula de educação
sexual pros netos. Foi uma falação louca, entremeada de termos
técnicos como “barquete” e “gualibão”. As crianças
adoraram. A primeira aula teria sido um êxito retumbante se um dos
meninos não tivesse criado caso:
- E a Roberta
Close?
Zé Bode armou a
retranca:
- Que qui tem?
- Dizem que era
homem, fez uma operação e virou mulher.
Zé Bode continuou
de líbero:
- E daí?
O menino aplicou
uma sucessão de dribles de fazer inveja ao Bebeto:
- Bom, é mulher
agora, mas também era. Não é mais homem, mas antes também não
era…
Zé Bode se
encrespou:
- Era homem, tinha
tarugo.
- Mas não usava!
Já vi situações
assim no hospital. Diante de um impasse, o jeito é apelar pro
cientificismo. Zé Bode não vendeu barato:
- A genitrolha não
é de somenos dada a circunstância, ainda que hipotética, de
descabelamento do palhaço. Outrossim, não se apresentava, logo
abaixo do bombril, a perseguida. Muito pelo contrário, delineava-se
ali, ainda que modesto, o cipó de aroeira.
A classe aplaudiu
tamanha erudição, mas o menino tinha uma derradeira dúvida:
- Ela transa por
onde?
Zé Bode cauteloso:
- Aparada a
genitrolha, constituiu-se a genibrenha. É por ali.
- E antes?
- Antes o quê,
porra?
- Antes, ora essa.
Como é que ele, ou ela, fazia a coisa?
Com um suspiro de
resignação, Zé Bode revelou o segredo:
- Através das
partes caganentais.
Aldir Blanc,
in Brasil passado a sujo
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