As
pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas.
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa.
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra.
“Ganharás o pão com o suor do teu rosto”.
Assim nos foi imposto
E não:
“Com o suor dos outros ganharás o pão”.
Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito.
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas.
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa.
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra.
“Ganharás o pão com o suor do teu rosto”.
Assim nos foi imposto
E não:
“Com o suor dos outros ganharás o pão”.
Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito.
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.
Sophia
de Mello Breyner Andresen
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