Vamos
sintetizar nosso ponto de vista, formulando uma primeira aproximação
da problemática tática, técnica e física do cotejo que foi
disputado esta tarde no campo do Unidos Venceremos Futebol Clube, sem
cair em simplificações incompatíveis com um tema que sem dúvida
está exigindo análises mais profundas e detalhadas e sem incorrer
em ambiguidades que foram, são e serão alheias à nossa pregação
de toda uma vida a serviço do amor ao esporte.
Seria
cômodo para nós ignorar nossa responsabilidade, atribuindo o revés
da esquadra local à discreta performance de seus jogadores, mas a
excessiva lentidão que indubitavelmente mostraram na jornada de
hoje, na hora de devolver cada esférico recepcionado, não justifica
de nenhuma maneira, entenda-se bem, senhoras e senhores, de nenhuma
maneira, semelhante desqualificação generalizada e, portanto,
injusta. Não, não e não. O conformismo não faz parte do nosso
estilo, como bem sabem os que nos seguiram ao longo de nossa
trajetória de tantos anos, aqui em nosso querido país e nos
cenários do desporto internacional e inclusive mundial, onde fomos
convocados a cumprir nossa modesta função. Portanto vamos dizê-lo
com todas as letras, como é nosso costume: o êxito não coroou a
potencialidade orgânica do esquema de jogo desta esforçada equipe,
porque ela pura e simplesmente continua sendo incapaz de canalizar
adequadamente suas expectativas de uma maior projeção ofensiva até
o âmbito da meta rival.
Já
o dizíamos no domingo próximo passado e assim o afirmamos hoje, com
a cabeça erguida e sem papas na língua, porque sempre chamamos pão
de pão, e queijo de queijo, e continuaremos denunciando a verdade,
doa a quem doer, caia quem caia e custe o que custar.
Eduardo
Galeano,
in Futebol ao sol e à
sombra
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