quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Vértice

Abrir as portas
uma a uma,
galgar a coluna,
fechar o fosso.
Dissolver a resina,
limar a ferrugem,
cuspir o caroço.
Tomar o caminho morro acima.
Enlaçar o sol
para não deixar que o frio entranhe,
inalar a chuva antes que a febre assanhe,
lubrificar o vento.
No terceiro movimento,
chegar ao cume.
Afofar nuvem,
flutuar estrela,
adotar depressa um vaga-lume.
É preciso iluminar a vertente o suficiente,
pra nunca mais descê-la.
Flora Figueiredo

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