Inferno,
eterno inverno, quero dar
Teu
nome à dor sem nome deste dia
Sem
sol, céu sem furor, praia sem mar,
Escuna
de alma à beira da agonia.
Inferno,
eterno inverno, quero olhar
De
frente a gorja em fogo da elegia,
Outono
e purgatório, clima e lar
De
silente quimera, quieta e fria.
Inverno,
teu inferno a mim não traz
Mais
do que a dura imagem do juízo
Final
com que me aturde essa falaz
Beleza
de teus verbos de granizo:
Carátula
celeste, onde o fugaz
Estilo
de teu riso — paraíso?
Mário
Faustino
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