Tem
tempo que não ouço um galo
cantando
na madrugada
um
galo chamando o dia
dentro
da noite calada.
Seu
canto marcando o terreno
de
sua própria ousadia
entre
a sombra e o clarão
na
noite a sua vigia.
Canto
que puxa o tempo
de
dentro do poço escuro
sangue
de um outro dia
carne
de um outro futuro.
Abel
Silva
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