Sobraram
em cena
diversas
fotos calcinadas
do
muito tempo que ficaram desamadas.
O
verbo tombado de um verso recitado
que
agora já não rima com mais nada;
um
escapulário puído de tanto refrão arrependido,
o
cabide desnudo no armário,
recém-despido
de seu sobretudo,
uma
garrafa aberta em data memoranda;
o
relógio que perdeu a hora certa.
Como
moldura, até onde enxerga a fechadura,
uma
varanda trepada de alamanda,
onde
o sol murchou de susto,
rasgado
que foi pela sombra de um arbusto.
O
regador vencido por ervas danadas,
que
daninhas duplicam-se banais,
avisa
seco que encerrou a festa,
pois
lírios brancos lá não gestam nunca mais.
Flora
Figueiredo
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