O
coração do poeta tem bordas flácidas.
Ele
derrama, vaza, descamba.
O
coração do poeta tem a perna bamba.
Constituição
frágil e congênita.
Não
adianta querer vitaminá-lo,
pois
seu tônus se refaz nos frêmitos
das
chegadas e dos abandonos.
O
melhor é deixar-se amar
e,
se possível, não deixar de amá-lo.
Flora
Figueiredo
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