Os
livros sabem de cor
milhares
de poemas.
Que
memória!
Lembrar,
assim, vale a pena.
Vale
a pena o desperdício,
Ulisses
voltou de Troia,
assim
como Dante disse,
o
céu não vale uma história.
Um
dia, o diabo veio
seduzir
um doutor Fausto.
Byron
era verdadeiro.
Fernando,
pessoa, era falso.
Mallarmé
era tão pálido,
mais
parecia uma página.
Rimbaud
se mandou pra África,
Hemingway
de miragens.
Os
livros sabem de tudo.
Já
sabem deste dilema.
Só
não sabem que, no fundo,
ler
não passa de uma lenda.
Paulo
Leminski
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