Solidão
é quando se sente o próprio hálito,
se
se descobre pálido olhando o vão do dedo.
Estar
só é morrer de medo do silêncio,
amassar
o lenço na palma da mão.
É
quando a noção da vida se desloca,
sai
do meio da rua, quer a toca,
onde
o espaço menor não deixa sobra.
Solidão
é o canteiro de obras da emoção:
nele
se guardam materiais preciosos,
os
pontiagudos, os tortos, os porosos,
que,
se devidamente combinados,
serão
perfeitamente aproveitados
como
estrutura de uma nova construção.
Flora
Figueiredo
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