“A
espécie humana há de passar como passaram os dinossauros e os
estegocéfalos. Pouco a pouco, a pequena estrela que nos serve de sol
perderá o seu poder iluminador e aquecedor... Terá, nessa altura,
cessado toda a vida sobre a Terra, que continuará, como astro
caduco, o seu voltear sem fim nos espaços sem limites... E então,
de toda a civilização humana ou sobre-humana – descobertas,
filosofias, ideais, religiões -, nada subsistirá. Não restará
mesmo, de nós, o que resta hoje do homem de Neandertal, do qual,
pelo menos, alguns ‘despojos’ encontraram asilo nos museus do seu
sucessor. Será anulada, para sempre, neste recanto do Universo, a
aventura grotesca do protoplasma. Aventura que, talvez, se renove
noutros mundos, sempre sustentada pelas mesmas ilusões, criadoras
dos mesmos tormentos, sempre igualmente absurda, igualmente vã e
igualmente condenada, desde o princípio, à frustração final e à
treva infinita…”
Jean
Rostand,
in Pensamentos
de um biólogo
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