Avise
ao mundo que estou para chegar.
Peça
a ele para guardar
um
pedaço do azul de amanhã cedo,
que
a nuvem vai crescendo
e
eu tenho medo;
para
aguar as flores que puder salvar
do
corte da enxada e seus horrores;
adoçar
o bico da passarinhada
que
ainda tiver chance de voar,
(do
pavão ao tico-tico).
Parece
que o sol anda pleiteando uma polida
para
me dar como presente a luz do dia.
Não
sei se tenho esse direito,
mas
já que venho,
bem
que gostaria.
Se
conseguir achar um tanto de água pura,
que
a deixe preservada
para
eu poder ver como se lava a febre,
como
se embebe a racha da secura.
Segure
um resto de manhã,
que
acorda com perfume de roseira,
saborosa
de alecrim.
Não
sei quanto tempo vão deixar isso pra mim,
até
que a terra escureça inteira
ou
que a beleza embace por completo.
Mas,
vou chegando de qualquer maneira.
Se
me vê inquieto,
é
pelo prenúncio da chegada, já tão perto.
Para
garantir a minha entrada nesse ato louco,
nesse
palco incerto,
estou
contando ansiosamente com você.
Até
daqui a pouco.
Um
bebê.
Flora
Figueiredo
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