Percebo
um corpo estranho
a
me rolar pelas entranhas.
Não
sei bem onde está:
se
no peito, na garganta,
se
do lado esquerdo, ou do direito,
às
vezes se acomoda,
às
vezes se agiganta.
Esse
corpo estranho já perdura
o
tempo certo de cristalizar.
Se
ele veio mesmo pra ficar,
me
dê licença.
Preciso
de compressa e água benta,
pois
se a dor aperta, a febre aumenta,
a
terra esquenta sob a trilha dos meus pés.
Quero
também a bula detalhada
para
não usar a sensação de forma errada,
caso
isso seja um novo amor, mais uma vez.
Flora
Figueiredo
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