Era
um caranguejo muito se achante.
Ele
se achava idôneo para flor.
Passava
por nossa casa
Sem
nem olhar de lado.
Parece
que estava montado num coche de princesa.
Ia
bem devagar
Conforme
o protocolo
A
fim de receber aplausos.
Muito
achante demais.
Nem
parou para comer goiaba.
(Acho
que quem anda de coche não come goiaba.)
Ia
como se fosse tomar posse de deputado.
Mas
o coche quebrou
E
o caranguejo voltou a ser idôneo para mangue.
Manoel
de Barros
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