Nem
me deixaram pensar em jogo de bola. Jiu-jítsu. E eu que sempre
gostei duma pelota… Os cobras queriam-me de quimono,
aproveitando-me o pouco que sabia da luta.
O
comandante com dois filhos. Dois moleques mimados, manias de mandar
na gente. Mais chatos do que essas musiquinhas que andam por aí no
rádio. Gemedeira irritante, sem motivo, nem ritmo, nem nada!
E
eu aturando onze meses os filhinhos do comandante.
— Sim
senhor, seu capitão.
Porque,
segundo ele, os garotos tinham irrefreável aptidão para lutas. De
acordo com o homem, eram gênios em tudo o que faziam.
Para
mim, o comandante era bom. Eu não tinha queixa. Favores, dispensas,
o homem me dava um fio de liberdade. Porém, um defeito sem remédio.
Eu nunca rasguei o verbo. Senão, cafua. O mal maior do capitão era
não reconhecer a verdadeira vocação dos garotos — plantar
batatas… Na horta do pai, ou onde bem entendessem. Para jiu-jítsu,
garanto que não haviam nascido.
João
Antônio, in Afinação da arte de chutar tampinhas
Nenhum comentário:
Postar um comentário