quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Regência

Rabisco aqui
de próprio punho
o rascunho
de tuas horas que são minhas.
Entreguei à lua
a regência de minhas horas que são tuas.
Pediu-se ao vento
para enganar o tempo com seus assobios
e aos trinados vadios das aves errantes,
que convocassem os passantes
para escutar a nova sinfonia.
Sobre a terra quente e latejante,
despejei bemóis e sustenidos
para germinar no solo a melodia
que rege a vida com a fúria dos sentidos.
Flora Figueiredo

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