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O
cheiro da flor de abóbora, a massa de seu pólen,
para
mim, como óvulo de coelhas.
—
Vinde, zangões, machos tolos,
picar
a fina parede que mal segura a vida,
tanto
ela quer viver.
Ainda
que não vos houvesse
eu
fecundaria essas flores com meu nariz proletário.
— Ora,
direis, um lírio ignóbil.
Pois
vos digo que a reproduzo em ouro
sobre
meu vestido de núpcias, meu vestido de noite.
Dentro
do quarto escuro
ou
na rua sem lâmpadas, de cidade ou memória,
um
sol.
Como
pequenas luzes esplêndidas.
Adélia Prado
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