Bendito
seja o mesmo sol de outras terras
Que
faz os meus irmãos, todos os homens
Porque
todos os homens, um momento no dia, o olham como eu,
E,
nesse puro momento Todo limpo e sensível
Regressam
lacrimosamente
E
com um suspiro que mal sentem
Ao
homem verdadeiro e primitivo
Que
via o Sol nascer e ainda o não adorava.
Porque
isso é natural — mais natural
Que
adorar o ouro e Deus E a arte e a moral…
Alberto
Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa
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